OPINIÃO

Meus grandes amigos

Por Waldir Ferraz de Camargo | 28/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min

O autor é formado em História, funcionário público estadual; colabora com Opinião

Na minha trajetória já vivida, ao longo de mais de 60 anos conquistei muitos amigos, e, recentemente, em breve levantamento calculei quase 300 deles, verdadeiro batalhão de companheiros que estavam presentes nas mais empolgantes jornadas.

Felizmente, todos ainda estão saudáveis e se apresentam sempre dispostos a me ajudar quando preciso, preenchendo as lacunas de minha essência enquanto ser humano e afastando qualquer angústia que possa invadir minha alma sedenta. Alguns deles são finos e se vestem elegantemente, trajando capas coloridas; outros são grossos, falam demais, entretanto, são todos educados, dialogam comigo com esmero e emitem suas opiniões sem medo, que geralmente concordo.

Outros tem nomes estranhos, como: Machado, Camões, Graciliano, Rubem, Ariano, Cervantes, Quintana, Lobato e até um tal de Adolfo, que confesso não ser muito amigo dele, mas eu o ouvi silencioso e pacientemente quando a mim se apresentou relatando "sua luta".

Conheci recentemente um outro, até então estranho para mim, chamado Sêneca, mas que de imediato nossos laços de amizade se fincaram já que suas palavras recheadas de sabedoria são como verdadeiras pérolas filosóficas a me confortar nos momentos de solidão.

Dia desses jantei com César e no dia seguinte, logo após o almoço, travei longa palestra com o Xavier, que fez minha consideração por ele crescer quando sussurrava em meus ouvidos os pormenores de sua vida consagrada ao bem.

Já travei batalhas com generais vencedores, escalei montanhas geladas, percorri caminhos intermináveis em densas florestas, atravessei rios caudalosos, pântanos encharcados, desertos escaldantes, conquistei o espaço e o fundo do mar, sendo que as vezes perambulava pelas cidades apinhadas de gente, sempre de mão dada com pelo menos um deles.

Esses meus amigos são maravilhosos, fantásticos, confidentes, cordiais, sempre disponíveis para me ouvir e atender meus anseios, bastando para isso apenas estender a mão na direção deles. Eles são meus livros queridos, verdadeiros amigos confortavelmente acomodados em minha estante, antenados aos meus propósitos, aptos a compartilhar comigo novas ideias, pensamentos e fatos marcantes que elevam meu ser no mais sagrado compromisso pela busca do saber.

Além do mais, todos eles, indistintamente, são os grandes responsáveis por não estar contaminado pelo vírus da mais grave doença que assola a humanidade: a ignorância.

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