ARTE COMO TERAPIA

Sesc promove ciclo de debates ‘Nise da Silveira e o Museu de Imagens do Inconsciente’

O pensamento inovador e inclusivo de Nise da Silveira convida a refletir e ressignificar o conceito de loucura. Um pouco de seu legado pode ser conferido na exposição Nise em Bauru

22/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Rogerio Von Kruger

Pensamento inovador e inclusivo de Nise da Silveira convida a ressignificar o conceito de loucura
Pensamento inovador e inclusivo de Nise da Silveira convida a ressignificar o conceito de loucura

Entre esta quarta (22) e sábado (24), o Sesc Bauru apresenta o Ciclo de debates "Nise da Silveira e o Museu de Imagens do Inconsciente (MII)", que contextualiza o legado terapêutico, científico e social da médica psiquiatra alagoana responsável por uma profunda transformação no campo da saúde mental. Ela estimulava a expressão de pacientes por meio da arte. A programação gratuita prevê bate-papos conduzidos por profissionais ligados ao Museu de Imagens do Inconsciente, fundado por Nise em 1952.

O pensamento inovador e inclusivo de Nise da Silveira convida a refletir e ressignificar o conceito de loucura. Um pouco de seu legado pode ser conferido na exposição Nise: a revolução pelo afeto aberta à visitação até 17 de março no Sesc Bauru.

Atenta às discussões e pesquisas não só da psiquiatria, mas dos estudos científicos ligados à subjetividade, Nise da Silveira contribuiu para reposicionar o debate sobre internação e tratamento da esquizofrenia. Para isso, incluiu as práticas com materiais expressivos na rotina dos internos que estavam sob sua responsabilidade, observando tanto o modo como manejavam ferramentas artísticas e realizavam suas obras quanto as imagens que surgiam desse trabalho criativo.

Assim como Nise da Silveira, a cidade de Bauru tem forte representatividade na histórica luta antimanicomial no Brasil. Em 1987, durante o 2º Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, era escrita a Carta de Bauru que defendia o fim dos manicômios, rompendo com um modelo obsoleto e repleto de violação de direitos humanos e proponho a construção de uma rede de cuidados, focada no respeito à autonomia dos usuários e na valorização de suas histórias e vivências. A partir da Carta de Bauru, a luta antimanicomial ganhou força, impulsionando a criação de serviços substitutivos como os CAPS, e fomentando o debate em torno dos direitos das pessoas com transtornos mentais.

PROGRAMAÇÃO

Nise Da Silveira, Uma Psiquiatra Rebelde - Com Eurípedes Junior, vice-presidente da Sociedade Amigos do MII e Christina Penna, Secretária geral da Sociedade Amigos do MMI. Nesta quinta (22), às 19h.

O Mundo Das Imagens - Com Gladys Schincariol, coordenadora do MII, e Eurípedes Junior, museólogo. Sexta (23), às 19h. Auditório.

O Museu Vivo Do Engenho De Dentro - Com Gloria Chan, arte terapeuta e pesquisadora do MII, Gladys Schincariol, coordenadora do MII.

O Museu De Arte Osório Cesar: Potências E Perspectivas -Com a museóloga Michelle Guimarães. Sábado (24), às 10h30.

A Luta Antimanicomial: Do Manifesto De Bauru À Contemporaneidade - Com equipe do MII: Gloria Chan, arte-terapeuta e pesquisadora e Gladys Schincariol, coordenadora; e Christiane Carrijo, professora do curso de psicologia da FC/Unesp Bauru. Sábado (24), às 14h30.

SERVIÇO

Sesc fica na Av. Aureliano Cardia, 6-71. Mais informações pelo telefone (14) 3235.1750 ou pelo Portal http://sescsp.org.br/bauru.

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