Uma das notícias mais comentadas na última semana foi o diálogo entre Baby do Brasil e Ivete Sangalo, ocorrido na noite de sábado (10), após Baby mencionar que o apocalipse estava se aproximando e que era necessário "buscar o Senhor Deus". Em resposta, Ivete afirmou que o evento, descrito por alguns cristãos como o fim do mundo, não aconteceria porque ela iria "desmantelar o apocalipse". O diálogo aconteceu enquanto Ivete Sangalo passava pelo circuito Dodô (Barra-Ondina) e encontrou Baby, que estava em um camarote. As artistas iniciaram um diálogo público munidas de microfone, onde Baby falou sobre a chegada do apocalipse: "Todos atentos, porque estamos entrando no apocalipse, o arrebatamento tem tudo para acontecer entre cinco e 10 anos. Procurem o Senhor, enquanto é possível encontrá-lo", disse Baby a Ivete e aos foliões presentes. Em seguida, Ivete respondeu: "Eu não vou deixar isso acontecer, porque não existe apocalipse certo quando a gente interfere no apocalipse".
Mas, afinal, o que é o Apocalipse? O Apocalipse é o último livro da Bíblia Sagrada, também conhecido como Apocalipse de João. A palavra "Apocalipse" significa Revelação, derivada das palavras gregas π e π, que significam, literalmente, "uma descoberta" - uma revelação de um grande conhecimento que estava oculto. Foi escrito por João na ilha de Patmos, no mar Egeu.
Mas qual é o seu conteúdo? Essa carta do apóstolo João, destinada às sete igrejas da província romana da Ásia, é um texto enigmático, apaixonante e, para alguns, assustador, mas ele precisa ser entendido a partir de seu contexto. Para quem se propõe a estudar o texto do Apocalipse, perceberá claramente que o autor utiliza uma linguagem escatológica (estudo do fim dos tempos, a consumação da ordem mundial atual e a iniciação de um novo reino universal). O texto registrado por João é uma obra que transcende o tempo, pois trabalha com uma visão que abrange tanto o futuro quanto o presente. Nele, podemos vislumbrar uma complexa dinâmica entre o caos e a ordem, numa abordagem que se situa no ponto de interseção entre o "agora" e o "ainda não". Essa interação cria uma tensão palpável, onde a realidade presente é marcada pela turbulência e pela incerteza, enquanto simultaneamente aponta para a consumação futura e o estabelecimento de um novo reino universal e eterno, conforme revelado ao autor.
O Apocalipse, repleto de simbolismos, antecipa o julgamento final, a ressurreição e a plena realização do reinado de Deus por meio de Jesus Cristo. Ele instiga os crentes a viverem na expectativa desse Reino, enquanto aguardam seu cumprimento definitivo. O livro é um chamado à adoração do Deus verdadeiro e ao abandono das falsas divindades. Ao contrário do que se pensa, o Apocalipse não trata apenas do anticristo ou do arrebatamento, mas principalmente do Cristo vivo. Ele nos convida a seguir Jesus em obediência e amor, como em qualquer outro livro do Novo Testamento.
Embora seja natural sentir curiosidade sobre o futuro e o fim dos tempos, devemos evitar a tentação de prever datas específicas para o desfecho do cenário mundial. As interpretações apocalípticas infundadas podem levar a enganos perigosos, como vimos ao longo da história. É importante lembrar que, como seres humanos limitados, não podemos prever o futuro com precisão. Em vez disso, devemos focar em compreender os ensinamentos do Evangelho e viver de acordo com eles, confiando na soberania de Deus sobre o tempo e os eventos futuros.
Diante do diálogo entre as duas artistas, torna-se evidente que a interpretação do livro de Apocalipse deve ser abordada com seriedade e respeito, distante de qualquer superficialidade ou desconsideração. Além disso, é crucial esclarecer que o termo "Apocalipse" não se refere à "destruição", "fim do mundo" ou conceitos semelhantes, como sugerido no diálogo das artistas, mas "revelação". Na verdade, a escatologia nem é o foco central da carta de João. Sua intenção primordial é oferecer esperança àqueles que confiam em Deus por meio de Jesus Cristo, incentivando-os a permanecerem fiéis em meio às provações e tentações. O propósito do livro é persuadir os leitores a manterem sua lealdade a Deus, pois o novo reino será estabelecido. Quanto à pretensão de "desmantelar" o Apocalipse expressa pela interlocutora, sua intenção é não apenas lamentável, mas também uma demonstração de imprudência. Trata-se de uma empreitada tola, pois tentar modificar o que foi determinado por Deus é uma tarefa impossível. Qualquer esforço nesse sentido é fadado ao fracasso. O que Deus determinou, nenhum ser humano tem poder para alterar ou impedir - "Senhor, vem".
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