Venho mui respeitosamente a público através desta chamar a atenção da população bauruense para o sério problema de saúde instaurado entre uma categoria muito especial de trabalhadores da educação especial de Bauru: os cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos. Estamos todos adoecendo física, mental e emocionalmente! Somos muitos espalhados pelas escolas do sistema municipal de educação, mas, ainda assim, somos poucos. O número de cuidadores hoje na ativa não supre a demanda e o número de alunos que necessitam de nossos cuidados.

Levantamento extraoficial feito entre os profissionais aponta que, em média, 90% de nós toma alguma medicação psiquiátrica teve ou tem algum problema de saúde física ou emocional diretamente ligado ao estresse gerado no ambiente de trabalho.

Não busco com a presente missiva apontar culpados: não existem culpados, as situações simplesmente vão se apresentando na fluidez inconstante da vida. Fiquei, inclusive, receosa de enviá-la, pois não busco causar contendas. Proponho, outrossim, buscarmos coletivamente soluções, mesmo que temporárias.

Há um concurso em andamento para contratação de novos cuidadores, mas as etapas de um concurso público são demoradas. Não seria então o caso - tal qual faz o Estado para o cargo de Agente de organização escolar - de promover contratações temporárias de cuidadores, com contrato por prazo determinado?

Até que os novos colegas de profissão que forem aprovados no concurso assumam seus cargos, continuaremos a adoecer. Como funcionária do quadro de apoio da educação municipal, cuidadora e pessoa com deficiência, que também sou, afirmo sem medo de errar que precisamos estar bem para cuidarmos bem dos alunos com necessidades especiais. Nós cuidamos dos alunos, mas quem cuida do cuidador?