SAÚDE

Alergia ao frio: identifique os sinais de reações na sua pele à queda das temperaturas

Por Daniela Hueb | 08/07/2023 | Tempo de leitura: 3 min

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É preciso procurar o dermatologista para uma avaliação, em caso de coceira persistente
É preciso procurar o dermatologista para uma avaliação, em caso de coceira persistente

Durante o inverno, você pode perceber a redução das temperaturas a cada dia. Além dos tremores costumeiros desta época mais gelada, podemos apresentar outras manifestações relacionadas ao frio, como alergias.

A alergia ao frio faz parte de um quadro de urticária (coceira) induzido pela temperatura. Assim, quando você entra em contato com o vento frio causado pela queda nos termômetros ou com objetos, ou substâncias líquidas geladas, você pode sentir coceira nas áreas expostas da sua pele.

Por que a alergia ao frio acontece?
A urticária por frio é rara e geralmente tem relação genética, por isso, se não sua família existem casos em parentes próximos, como pais, avós ou irmãos, é preciso ficar mais de olho.

Esses quadros ocorrem devido a uma alteração do seu sistema imunológico, que reage como se o frio fosse "estranho", buscando se defender.

Outras manifestações da alergia ao frio
Além da coceira, sua alergia pode apresentar lesões altas e avermelhadas, pápulas (pequenos caroços) e outras lesões que levam à descamação da pele.

Dependendo das temperaturas extremas, os sintomas podem se espalhar por todo o seu corpo, não se limitando apenas às áreas expostas.

Em alguns casos mais graves, você pode manifestar angioedemas (inchaços), náusea, dores de cabeça, queimação e até mesmo o bloqueio da glote, o que impede sua respiração.

Esses sintomas podem surgir cerca de 5 a 10 minutos após o contato da pele com água, objetos gelados, neve ou vento frio e permanecer por pouco tempo ou por um período mais prolongado, dependendo de cada caso.

É possível prevenir?
O mecanismo da alergia ao frio é semelhante ao desencadeado pelo calor, diferindo apenas na questão da temperatura. Por isso, te digo que não é possível prevenir completamente o quadro, mas é possível controlar as crises.

Para fazer esse controle, recomenda-se que você evite a exposição ao frio, buscando sempre se agasalhar e evitando o contato com bebidas e objetos frios, assim como banhos de cachoeira nesses dias mais gelados.

Existe tratamento?
O tratamento é muito similar às alergias mais tradicionais. Assim, em alguns casos, você pode tomar anti-histamínicos conforme a orientação médica, para evitar as crises ou controlá-las após o surgimento dos sintomas — mas vale repetir: remédios devem ser consumidos apenas sob orientação do seu médico, ok?

E ressalto que, em casos mais intensos, pode ser necessário o uso de corticoides (também recomendados pelo especialista).

O que acontece se a alergia ao frio não for tratada?
Se não for tratada, sua alergia pode durar até seis semanas, causando sintomas e desconfortos ao longo desse período que tiram um pouco da sua qualidade de vida.

Vale lembrar que, durante as épocas mais frias, alguns cuidados precisam ser relembrados e reforçados:

> Continue bebendo água. No frio, a gente sente menos sede, mas a necessidade de água se mantém. Por isso, tenha sempre uma garrafa de água e beba sempre antes de sentir sede (isso porque a sede é um dos primeiros sinais de desidratação).

> Use hidratantes na pele para reforçar a hidratação. Durante o frio, você pode usar produtos mais reforçados, com ceramidas, óleo de amêndoa ou de semente de uva, glicerina, manteiga de karité, entre outros. Se você já tem alergia, é melhor conversar com seu dermato para usar um creme mais específico.

> Evite tomar banhos quentes e demorados, porque eles acabam deixando nossa pele desprotegida, facilitando não só a alergia ao frio como outras.

No caso de sinais de alergia, procure seu dermatologista o quanto antes, combinado?

Um forte abraço e até a próxima semana!

Daniela Hueb

Médica, CRM-SP 96.027

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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