
Nas últimas 25 temporadas, o basquetebol brasileiro conta com a vibração na beira das quadras de um dos maiores expoentes desta modalidade no País. Jorge Guerra, o Guerrinha, prestes a completar 64 anos, comemora a marca imponente em sua carreira como treinador, tendo passado a maior parte deste período, 17 anos, no comando do Bauru Basket.
Em 1997, o então armador experiente, de bigode como marca registrada, precisou ressignificar o seu amor pelo esporte. Foi então que ele trocou os arremessos precisos e os passes calibrados pela prancheta. A exigência por resultados, no entanto, permaneceu a mesma.
Desde então, foram 1.298 jogos e um aproveitamento alto, de 70%. Natural de Franca, o cidadão bauruense, título concedido pelo Legislativo Municipal, conquistou uma Liga das Américas (2015), um Vice-Mundial (2015), três Sul-Americanas (2015, 2016 e 2022), um Brasileiro (2002), quatro Paulistas (2000, 2012, 2013 e 2016) e um Carioca (2003).
Ao JC, Guerrinha disse que vivencia um momento de devolver ao basquete tudo o que a bola laranja já deu a ele. "Na época em que parei de jogar, queria dar um tempo de vestiário, ser gestor, mas não deu. Formaram o time COC/Ribeirão Preto e fui convidado para comandar na beira da quadra. Tive apenas uma semana para virar a chavinha", recorda.
Desde então, muita coisa aconteceu e Guerrinha descreve que vive um momento especial, sem vaidade, sem autoafirmação e sem necessidade de provar nada para ninguém. Ele compartilha sua alegria pessoal com a esposa Renata Reis Frontera, os filhos Guilherme, Marcelo, Carolina e os netinhos Maria e a Raulzinho.
"Fui um jogador altruísta, que sempre pensou na equipe e em ajudar os companheiros. E esse perfil contribuiu muito para eu ser o treinador que sou hoje", comenta Guerrinha, que é um dos maiores nomes do esporte bauruense de todos os tempos.
Ele acrescenta que não faria nada de diferente nestas 25 temporadas, porque as derrotas ensinam muito e hoje ele é o que é graças a cada uma destas etapas que percorreu.
ÉPICO
Guerrinha elegeu os três melhores momentos vivenciados em sua carreira como treinador, dois deles são com a camisa do Bauru. O terceiro degrau mais importante de suas 25 temporadas foi o primeiro título da carreira, o Paulista de 2000 com o então Tilibra Copimax. O segundo período mais épico foi ter levado o Dragão para a NBA, quando o Paschoalotto/Bauru enfrentou em jogos de pré-temporada o Washington Wizards e o New York Knicks, em 2015, ambos nos EUA.
E o ápice destas 25 temporadas foi a final do Mundial de Clubes, também em 2015, quando enfrentou o Real Madrid. Os bauruenses venceram um jogo e ficaram com o vice-campeonato.
"Esse Mundial com Bauru foi mágico, histórico. Eu guardo com muito orgulho e carinho as medalhas, camisetas e todas as lembranças. Representei cidades, pessoas, clubes e instituições que me dão muito orgulho. Sou apaixonado pelo basquetebol e pelo que eu faço", finaliza o treinador, que promete buscar novos títulos e quer escrever novas páginas importantes no basquete. Alguém duvida?