OPINIÃO

A base cristã na construção do mundo ocidental

25/02/2023 | Tempo de leitura: 3 min

É verdade que o cristianismo exerceu uma influência significativa na formação da cultura e dos valores do mundo ocidental, ao longo da história. Os conceitos cristãos foram dominantes na Europa da Idade Média e do Renascimento, e muitas das grandes obras de arte, arquitetura, literatura e música da época foram inspiradas pela fé cristã. Além disso, muitos dos princípios éticos e morais que são reconhecidos como fundamentais na sociedade ocidental, como a igualdade, a dignidade humana, a liberdade individual e o Estado de Direito, têm suas raízes na tradição cristã. A ciência, a razão e a filosofia também afloraram no ocidente através das portas do cristianismo. Inclusive, as instituições cristãs e seus valores moldaram a maneira como os governos e as sociedades ocidentais se desenvolveram ao longo dos séculos.

Contudo, a influência do cristianismo na sociedade ocidental tem diminuído gradualmente à medida que as sociedades secularizam e se tornam mais diferenciadas em ideologias, religião e cultura. Hoje em dia, o mundo ocidental tem se caracterizado por uma pluralidade de manifestações, através de diversas formas de arte, cultura e crenças, que a priori procuram buscar fundamentos na razão.

Nesse aspecto, o apologista Alister McGrath, em uma de suas palestras, diz acreditar que a razão genuinamente apurada, elaborada, refinada, só pode levar a uma crença em Deus. McGrath argumenta que a razão é o instrumento que estabelece a plausibilidade da crença em Deus, apesar de que a fé se faz necessária para compreender plenamente o mistério da existência e natureza de Deus. Nessa ordem, a multiplicidade de novos costumes e crenças não conseguem oferecer uma elucidação satisfatória para a existência do universo e da experiência humana.

A razão nos conduz ao claro entendimento de que não há como negar a evidência histórica encontrada no cristianismo, incluindo a ressurreição de Jesus, como base racional para o fato. Para quem busca respostas na razão, o cristianismo fornece um relato mais coerente e convincente da realidade do que o ateísmo ou outros sistemas, costumes ou crenças. A relação entre a razão e Deus enfatiza o entendimento completo da natureza do Criador e o universo.

A importância da fé também é fundamental em um mundo cada vez mais mecanizado. A crença em Deus se torna uma necessidade inata da condição humana, e a fé é uma fonte valiosa de significados, propósito e consolo. A secularização não é uma tendência inevitável, mas uma escolha consciente feita por indivíduos que buscam uma explicação científica para a existência humana e para o universo como um todo. Mas a busca de sentidos na secularização conduz a um beco sem saída, e mesmo a genialidade racional não pode responder às questões fundamentais da alma humana.

Com isso, podemos estudar na história que o cristianismo exerceu uma predominante influência na cultura ocidental, inclusive na formação de valores e normas sociais, desempenhando um papel fundamental nos avanços sociais e políticos. Claro que não podemos ser ingênuos em ignorar que, muitas vezes, o cristianismo foi usado por homens nefastos, extremistas ou fundamentalistas, que interpretaram a ética cristã equivocadamente. Contudo, não há como negar que os valores cristãos possuem uma fonte valiosa de significado e propósito. Sem medo de errar, devemos crer que a fé em Deus é uma necessidade inerente da condição humana e que o cristianismo é a fonte sublime de valores e normas relacionais.

Infelizmente a nossa cultura ocidental tem se tornado cada vez mais secular e isso tem-nos levado a uma perda do significado e do propósito da vida. Sem dúvida, a fé cristã oferece a resposta para as crises de significados quando ativamente envolvida numa abordagem holística, sobretudo no campo da cultura, para assim voltar a oferecer um impacto significativo nas questões sociais, políticas e culturais. Sem cometer qualquer tipo de intolerância religiosa, mas o fato é que a cosmovisão cristã não se trata de religião, mas é a base ética, moral e espiritual que produz equilíbrio, respeito e serenidade para um mundo que avança a passos largos para o caos. É só analisar: desde que o ocidente começou a desconstruir os valores judaico-cristãos, as pessoas vivem numa insatisfação generalizada, perdidas, e o mundo como um todo tem se tornado um hospício.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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