Após o Ministério Público (MP) receber duas denúncias recentes, o promotor do Meio Ambiente de Bauru, Luiz Eduardo Sciuli de Castro, informou que deverá instaurar inquérito civil para apurar as razões e as consequências das falhas na coleta do lixo domiciliar na cidade. O problema, que não é de hoje, persiste e, assim como tem ocorrido nos últimos dias, vários bairros ficaram com os resíduos acumulados nas lixeiras nesta segunda-feira (5) (leia mais abaixo).

A primeira queixa, segundo o promotor, chegou anonimamente na última semana, com fotografias e dados sobre os atrasos. "Temos um procedimento em relação a este assunto e, inclusive, já temos expedição de ofício para Emdurb e prefeitura justificarem o que está acontecendo", aponta Sciuli, complementando que o prazo para informações é de dez dias.

Ontem, nova denúncia foi feita pelo morador Matias Muniz. Com isso, o promotor adiantou que unificará as duas e, após receber as respostas da prefeitura, deve instaurar um inquérito civil para ampliar a apuração. "Ao que me pareceu, este problema não é pontual. Alguns bairros estariam sofrendo mais que outros. Então, vou juntar no procedimento que já existe e, conforme for a resposta, tenho outros passos para dar, como a instauração de um inquérito civil".

QUEIXA

No documento enviado ao MP, Matias Muniz sugere que as falhas na coleta ocorreriam com maior frequência em bairros da periferia de Bauru, além de ponderar os danos ambientais e os prejuízos à saúde pública que podem ser provocados pelo acúmulo de lixo doméstico. "Independentemente da circunstância, toda a responsabilidade de manter a limpeza da cidade, especialmente a coleta de lixo, é da prefeitura. É obrigação da prefeitura resolver o problema".

O denunciante citou a grave situação do Parque Bauru, que estaria sem coleta desde 26 de novembro. Para ele, o Executivo ainda falha na comunicação aos moradores sobre o atraso no serviço. "Se avisasse, não colocaríamos o lixo na calçada. Isso é falta de responsabilidade e compromisso com a população", opinou.