Celebrando a vida no Qatar!

Por Alberto Consolaro | 05/11/2022 | Tempo de leitura: 3 min
Professor Titular pela USP e Colunista de Ciências do JC

Reprodução

Estátuas imponentes da exposição “A Jornada Milagrosa” no Qatar, sobre como se formam os humanos desde a fecundação!
Estátuas imponentes da exposição “A Jornada Milagrosa” no Qatar, sobre como se formam os humanos desde a fecundação!

Reclamar com saúde física, mental e intelectual, justamente o que permitem dizer que somos felizes? Cuidado, só depois que se perde se percebe o valor que tinha e nem sempre dá para recuperar.

A ciência e a filosofia nos levam a pensar, refletir e questionar todos os dias. Isto justifica a natureza humana e nos distingue dos animais. Temos que saber como viemos e para onde vamos para não acreditar em dogmas, mitos e opiniões de donos das verdades absolutas que só nos enganam e aproveitam-se dos demais. Esta é para ensinar aos filhos: nunca creia em quem afirme tão veemente, como se fosse dono da verdade absoluta, é apenas é um farsante! Na ciência a busca da verdade é constante, sabendo-se que ela é sempre passageira.

COPA E CIÊNCIA

Foi fantástica a atitude da família proprietária de um grande hospital em Doha no Qatar, especializado em saúde feminina e infantil. Mandou fazer uma coleção ao ar livre de 13 esculturas sobre as fases de formação do ser humano, desde a fecundação até o nascimento. A 14ª escultura é de um menino a brincar com a bola de futebol.

Esta instalação chamada “A Jornada Milagrosa” de esculturas gigantescas de bronze, do artista britânico Damien Hirst, fica perfilada na avenida na entrada e em frente ao hospital e já causou muita polêmica, mas agora está aberta totalmente ao público, apesar dos religiosos. As estátuas ficaram cinco anos encobertas para o público. A instalação foi avaliada em R$ 75,4 milhões e recebeu diversas críticas por expor figuras humanas em um país islâmico. O artista disse "é a primeira escultura nua no Oriente Médio" e representa um enorme avanço.

Essas esculturas gigantes retratam o pré-embrião, embrião e o feto em vários estágios sequenciais. A ideia populariza a ciência, a embriologia e escancara de onde viemos e como nos formamos, e ao mesmo tempo, transmite uma imagem de modernidade e abertura do riquíssimo Qatar e que recebe a copa do mundo neste mês, especialmente a sua capital Doha.

QATAR

A paisagem do Qatar tem um deserto árido e um longo litoral no Golfo Pérsico repleto de praias e dunas. Nesta costa fica a capital Doha, conhecida pelos arranha-céus futuristas e pela arquitetura ultramoderna inspirada no antigo design islâmico, como o Museu de Arte Islâmica, feito de calcário e localizado no calçadão à beira-mar da cidade ou Corniche.

O Qatar ocupa uma pequenina península que faz fronteira com a Arábia Saudita, muito próximo do também pequeno Bahrein. O emirado é absolutista e hereditário sendo comandado pela família Al-Thani desde 1971, quando ficou independente da Inglaterra.  Muito rico, é a terceira reserva de gás natural do mundo e uma das maiores reservas de petróleo do planeta. Tem um IDH elevado e de seus três milhões de habitantes, apenas 300 mil são nativos catarianos e o restante são imigrantes.

REFLEXÃO FINAL

Imagine-se passeando pela avenida em frente a esse hospital no Qatar, contemplando cada uma das 14 esculturas sequenciais como se estive vendo a vida evoluir em seus olhos. E que estátuas! É uma materialização gigantesca das figuras dos livros de embriologia, uma viagem e uma aula fantástica! Mas imagine-se fazendo isto, caminhando e ouvindo a música “Gracias a la vida” da chilena Violeta Parra, na voz de Martinho da Vila e Paula Tribuzy: “Gracias a la vida, que me ha dado tanto!”

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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