O laudo pericial realizado pelo Instituto de Criminalística (IC) apontou que a carcaça de um poste de iluminação de LED, que estava energizada por erros de instalação, pode ter provocado a descarga elétrica em Elaine Regina Domingues Santos. Conforme o JC noticiou, a corredora amadora de 40 anos morreu na noite de 20 de setembro, após encostar no alambrado do estacionamento do Tenda Atacado, em Bauru.
No laudo, consta que as "instalações elétricas estavam desorganizadas e com identificação precária, em desconformidade com a ABNT 5410". E que essa situação "corroborou para ligações elétricas errôneas, energizando o terminal de aterramento com uma fase da rede elétrica". O que, ainda conforme o documento, bastou para energizar toda a carcaça do poste, de propriedade do Tenda, "com tensões e correntes elétricas suficientes para causar eletroplessão (morte causada por descarga elétrica de forma acidental) em indivíduos".
Responsável pelas investigações, o delegado da Central de Polícia Judiciária (CPJ) Marcelo Idalgo Malinverne explica que aguarda, agora, o resultado do exame necroscópico feito pelo Instituto Médico Legal (IML). Este laudo apontará a real causa da morte.
Na data dos fatos, Elaine foi socorrida em um hospital particular com parada cardiorrespiratória. O que a Polícia Civil quer saber é se a parada em questão foi causada ou não pela descarga elétrica.
Kléber Santos, marido de Elaine, que a acompanhava no dia, diz ter convicção de que sua esposa morreu em decorrência do choque tomado. "Ela não passou mal, os exames de saúde dela estavam todos em dia".
Outra dúvida que surgiu no curso das investigações é se a mulher chegou a tocar também no poste ou apenas no alambrado. "O marido da vítima disse que ela encostou no alambrado, mas a perícia constatou que a carcaça do poste metálico estava energizada. Então, pretendemos ouvi-lo novamente a fim de esclarecer isso, porque a perícia não encontrou outros pontos energizados", aponta o delegado. "Se for o caso, um laudo complementar poderá ser solicitado para que seja informado se os fios ou algum outro tipo de contato com o poste poderiam ter energizado o alambrado", acrescenta Malinverne.
Se ficar constatado que o óbito foi provocado pela descarga elétrica, os responsáveis pelo serviço e pela contratação do serviço no local podem responder por homicídio culposo, caracterizado pela suposta imperícia diante da desorganização técnica do poste de iluminação de LED.
Em nota, a rede Tenda Atacado informa que ainda não teve acesso ao laudo de perícia oficial. E destaca que a unidade de Bauru passou por revisão das instalações elétricas da loja, realizada por empresa terceirizada. "O laudo técnico foi emitido no mês de setembro de 2021 e está à disposição das autoridades. A rede segue consternada com a fatalidade e se solidariza com a dor da família", finaliza.