JC leva você ao Pantanal
Texto: Roberta Mathias
Em parceria com a Pousada do Tucunaré, o Jornal da Cidade vai sortear duas viagens para uma pescaria às margens do rio Piqueri. Os pescadores de Bauru e região vão concorrer a uma semana de muita emoção, contato com a natureza pantaneira e muita, muita pescaria. Conheça a região e participe!
É difícil um pescador que não tenha interesse em pescar no Pantanal. Quando se fala em pescaria nos rios brasileiros, os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os primeiros locais a povoar os sonhos dos pescadores. É claro, que a bacia amazônica também tem seu atrativo, diferente do Pantanal, mas muito apaixonante também. Fica complicado escolher. E até conciliar a distância, o tempo disponível. Aí a responsabilidade e escolha são critérios do pescador.
Quem já conhece a região de Coxim, no Mato Grosso do Sul, pode falar da sua diversidade e beleza. É lá que está localizada a Pousada do Tucunaré, que programou uma parceria com o Jornal da Cidade para levar dois pescadores/leitores para conhecer a região e fazer uma pescaria.
Próxima aos rios Piqueri e Corrente, a Pousada oferece toda infra-estrutura necessária à pescaria. Além disso, as pessoas que pretendem visitar a região, mesmo a passeio, não precisam se preocupar com o transporte até lá. Um ônibus equipado com ar condicionado, serviço de bordo, sanitário, TV e frigobar embarca os passageiros em Bauru. Chegando na Pousada, começa a pescaria.
A região onde está a Pousada do Tucunaré
é banhada pelos rios Piqueri e Corrente que oferecem uma grande variedade de peixes, além de outros animais que habitam o local. Pintado, cachara, barbado, pacu e jaú vivem em suas águas convidando os pescadores para uma boa aventura. Aliás, a beleza local convida para um passeio fotográfico. Há quem prefira registrar cada momento na memória, porém a natureza local merece ser registrada e divulgada. Levar o equipamento fotográfico é quase tão importante como levar a tralha de pesca.
Pescar e soltar
De acordo com o proprietário da Pousada do Tucunaré, Anderson Paro Soares Monteiro, sua principal proposta é incentivar a preservação ambiental estimulando a observação de seus animais em seu ambiente natural sem que isso interfira na sua vida selvagem. Monteiro também avalia a importância do pesque e solte para a preservação da região, orientando os piloteiros a também conscientizar o turista/pescador. Nenhum peixe abaixo da medida pode ser embarcado.
Outro detalhe muito importante ao liberar o peixe em boas condições. Não adianta soltar o peixe para que ele caia na boca de um predador. É preciso tomar cuidado para não machucá-lo e procurar oxigená-lo antes da soltura. Um momento tão agradável, ou mais, que a própria fisgada. É claro que o pescador pode e deve consumir peixes. Principalmente aquele pescado "na hora". É um grande prazer. Porém, é fundamental que o pescador tenha consciência e saiba exatamente o que quer. Nada de matar peixes além da necessidade.
Rio Piqueri: tucunaré
Falando em pescaria e emoção, o rio Piqueri, afluente do rio Paraguai, oferece uma opção extra aos pescadores. Ele foi "presenteado" com um dos peixes mais esportivos do Brasil, o tucunaré. Apesar de ser natural da bacia amazônica, o tucunaré foi introduzido clandestinamente no rio Piqueri e hoje agrada muitos pescadores que visitam a região.
Lá, é possível encontrar exemplares de diversos tamanhos do tucunaré amarelo e do tucunaré azul, que prefere as bacias formadas pelo rio. Mesmo se tratando de peixes não nativos, também é interessante que o pescador respeite as medidas e não embarque peixes pequenos. Para quem quer emoção, a pescaria no Coxim já será uma boa aventura.
Pantanal
Localizado no Centro-Oeste do Brasil, o Pantanal é um dos mais importantes ecossistemas do planeta. Seu território ocupa uma imensa planície cortada pelo rio Paraguai e afluentes. Habitam a região, milhares de espécies vegetais e animais, incluindo uma enorme variedade de aves, tanto nativas como provenientes de outras áreas das Américas. Utilizando a planície como habitat ou ponto de reprodução, os animais conferem a cor e a vida ao local e propiciam a apreciação de um dos maiores espetáculos da Terra.
O Paraguai é o principal rio do Pantanal de Mato Grosso, nascendo nas serras que dividem praticamente as duas principais bacias do Brasil: a Amazônica e a do Prata. É formado pelo Paraguaizinho no Município de Diamantino (MT), recendo depois outros afluentes, como o dos Bugres, São Francisco de Paulo, Sant'Ana, e assim vai engrossando o seu volume com outros afluentes de maior realce como o São Lourenço, Cuiabá, Itiquira, Taquari, Negro, Abobral, Miranda, Aquidabã, Branco, Irerê e Apa, fazendo este último a divisa de Mato Grosso com o Paraguai. No período de chuvas, aumenta muito o volumede água do rio, chegando ao ponto de transbordar alagando toda a planície pantaneira. É por esse motivo que a região se tornou um criadouro de peixes naturais e podemos dizer ainda que é o maior do mundo em seu estado selvagem. O período das chuvas é de dezembro a março de cada ano.
O Pantanal enche primeiramente no norte (região de Cuiabá), em rios como o Paraguai, São Lourenço e Piqueri, e toda a água corre rumo ao Sul. Então, é possível que o Pantanal do centro (região de Corumbá
- MS) estará cheio quando o do Norte estiver mais baixo que o do Sul (região de Porto Murtinho) mais baixo ainda, já que não recebe as águas que virão do centro. Com a vazante, os pacus ainda ficam no campo durante o dia, mas durante a noite vêm para o rio principal.
Para saber mais
A Pousada do Tucunaré fica na rodovia BR 163, Km 726, em Coxim MS. O telefone para contato é (67) 9997-1880 ou (18) 986-9286.
Uma outra opção é entrar em contato com a Jaw fishing Time pelo telefone (14) 622-9933, em Jaú.
História de pescador
Cachorro pescador já está me dando lucro
Na Semana Santa, reunimos a turma: eu, Serginho, Marcos, Bandeira, e o nosso grande cozinheiro o "Miguézinho", mais o nosso cachorro Rex e dois exemplares que treinei p/ pescar (cachorro pescador, história publicada na edição do dia 20 de janeiro). Rumamos p/ o rio Sucuriu, em Três Lagoas, com toda bagagem e mais a cachorrada.
Acampamos uns 15 Kms, acima da ponte, chegamos às 16 horas, no local. Até armar as barracas e colocar tudo no lugar já estava quase escurecendo, foi quando o Bandeira perguntou:
"Ô Méle, o nosso cozinheiro quer saber o que vai fazer de mistura." Fui logo respondendo: "Será peixe." "Mas como, se nem fomos pescar ainda?" Retrucou o Bandeira.
"Isso é comigo! Dentro de meia hora teremos a mistura." Soltei os três cachorros e descemos uns 50 metros do acampamento e mandei os cachorros pularem na água para pescar. Não deu outra, no primeiro mergulho o Rex, mais experiente, saiu com um barbado na boca pesando uns três quilos, e os outros dois com dois tucunarés de menor peso. (Eles pegam no rabo do peixe para não machucá-los). Deu para o jantar, e ainda sobrou peixe para o outro dia.
No dia seguinte, o pessoal foi pescar de vara em um bote, e eu peguei o outro bote coloquei os três cachorros e lá fomos nós pescar.
Os meus cachorros vão pelo faro, eles sabem onde está o peixe. Rodei uns dez minutos e notei que o Rex estava todo alvoroçado, querendo pular no rio. Desci a poita e lá foram os três pra dentro d'água.
Foi questão de minutos, apareceram com três barbados
(um pesou 7,8 Kg limpo).
A pescaria durou umas 3 horas, mais ou menos, acontece que eles pegavam peixes fora da medida e eu tinha que soltá-los. Mesmo assim trouxemos nove barbados, 15 pacus, oito tucunarés e cinco curimbatás, isso só o que os cachorros pegaram. Os colegas só pegaram alguns piaus e piranhas, a cachorrada
é que salvou a pátria.
Durante a pescaria eu notava que tinha um pescador profissional só notando a minha façanha. Não deu outra, encostou o bote dele perto do meu e foi logo dizendo: "ô amigo, você me vende um cachorro desse?" Respondi:
"vendo os dois, só fico com o Rex que é o professor, quero R$ 1.500,00 cada, se interessar vá ao acampamento hoje à noite para fecharmos o negócio.
Antes de escurecer apareceu o pescador com R$ 3 mil para levar os dois cachorros. Ensinei a ele como lidar com os animais, inclusive com a alimentação, eles não comem ração, só comem filé mignon moído com arroz integral e cenoura ralada.
Ao retornarmos da pescaria, fomos direto para a chácara do meu sobrinho Marcos para guardar toda traia que levamos. Como já era tarde, resolvemos pernoitar na lá.
De manhã, a minha missão era tocar o gado (não confundir com tocagado) para a mangueira para tirar o leite das vacas. Chegamos na invernada, deparei com uma cena até pitoresca: havia um tatu querendo entrar no buraco, mas tinha uma enorme cascavel que impedia que o tatu entrasse. Foi quando entrei em ação, com um pau espantei a bicha para bem longe. O tatu ficou parado, não sabia como agradecer.
Voltando com a boiada eu ouvia um barulho estranho atrás de mim, olhei e vi que era o tatu que me acompanhava.
Chegando em casa com o mesmo o pessoal não acreditava o que tinha acontecido. Ele ficou por ali e fez um buraco no terreiro para morar, tornou-se o nosso mascote.
Agora vem o interessante da história, o tatu ficou muito amigo do Rex, e quando vou pescar no Batalha, levo os dois comigo.
É só jogar quirela no rio que o Rex e o tatu mergulham juntos, mas só o cachorro traz o lambari na boca, coitado do tatu, fica meio constrangido por não poder fazer o mesmo que o Rex faz. Ele é lerdo e gordo por isso não dá.
Ai surgiu uma idéia, mergulhar com ele e ensiná-lo tirar cascudo da loca. Não deu outra, após vários mergulhos ele já conseguiu pegar doze cascudinhos, é mais um pescador que vai para o Mato Grosso na próxima pescaria (se a Florestal deixar).
Colocamos um apelido nele é Zinho. Dupla imbatível em qualquer rio: Rex e Zinho.
Quero dar um alô para o amigo Fernando Lucilha Junior, que além do Rex já treinado para pescar peixe grande, levarei o tatu (Zinho) de estepe para pescar o seu grande dourado que está no Mato Grosso.
Um abraço. Manoel T. de Oliveira (Néle)
É pescador e contador de histórias reais