Cerca de 150 funcionários do Fórum estadual de Bauru realizaram uma passeata, no início da tarde de ontem, rumo à sede da Câmara Municipal. O objetivo era obter o apoio de vereadores à greve dos servidores públicos do Poder Judiciário. O que a categoria conseguiu foi uma moção de apelo, proposta à Câmara pelo vereador Paulo Eduardo Martins, para apoiar as reivindicações que estão sendo feitas pelos servidores. A informação é da presidente da Associação dos Funcionários do Poder Judiciário da Comarca de Bauru, Luciana Dias Duarte.
De acordo com ela, durante o dia de hoje a paralisação dos funcionários do Fórum estadual permanecerá. À tarde será realizada uma assembléia da categoria, em São Paulo, para definir se a greve continuará. Para as 13 horas, está marcada uma passeata na Capital paulista, com saída da praça João Mendes, como mais uma forma de protesto dos servidores públicos de todo o Estado. O objetivo, segundo Luciana, é que os representantes da categoria sejam ouvidos pelo Tribunal de Justiça, já que, até agora, isso não teria ocorrido. Luciana diz que cerca de seis ônibus com trabalhadores de Bauru e região seguirão para São Paulo, onde participarão da passeata.
Desse grupo fazem parte servidores de Bauru, Jaú, Botucatu, Itápolis, Ibitinga, Piratininga e Avaré. Marília ainda não havia confirmado a participação.
Em relação a Bauru, Luciana diz que os vereadores têm demonstrado interesse pela mobilização dos servidores e que estariam compreendendo a necessidade das manifestações para a categoria lutar por suas reivindicações. Os vereadores estão compreendendo a nossa mobilização. Sabemos que atrapalhamos a população, mas não é essa a nossa intenção. Por nós, estaríamos trabalhando. Mas, infelizmente, não há outra maneira de pressionar o Tribunal de Justiça se não for com greve, porque até hoje o Governo tem se mostrado insensível às reivindicações que fizemos. Enquanto nós continuarmos nos responsabilizando pela reposição de materiais nos Fóruns e também pela reposição humana (em função da falta de funcionários), os responsáveis continuarão se fingindo de surdos. Por isso, não temos outra saída além da greve, avalia.
De acordo com Luciana, informações extra-oficiais dão conta de que desembargadores estariam pressionando o presidente do Tribunal de Justiça para receber os representantes das entidades que estão comandando a greve dos servidores do Judiciário. Se isso realmente continuar ocorrendo, vai ser difícil o Tribunal permanecer se negando abrir negociações conosco, analisa Luciana Dias Duarte.
Em Bauru, a mobilização continua forte, com cerca de 80% dos funcionários do Fórum estadual paralisados. A adesão à greve dos servidores públicos federais ocorreu no dia 27 do mês passado, prosseguindo até o momento. A categoria reivindica 54,71% de reajuste salarial, sendo 34,31% de reposição da inflação sobre os seis anos em que os servidores estão sem aumento e mais 20% sobre o plano de carreira, que eles não possuem; materiais de necessidades básicas, como papel higiênico, ventiladores e água; mobília; computadores e periféricos, entre outros itens.
INSS
A agência da Previdência Social de Bauru também continua em greve, iniciada no dia 13 de agosto. Na Capital Paulista, a paralisação começou no dia 8 do mês passado. Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reivindicam 75% de reposição salarial para toda a categoria, incluindo os aposentados; contratação de funcionários através de concursos públicos, que não são realizados há 15 anos; manutenção e extensão dos ganhos judiciais (Plano Bresser, Plano Collor e PCCs); plano de cargos e salários; contra a redução salarial e taxação dos inativos. Cerca de 90% dos funcionários do INSS de Bauru aderiram à greve.
De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev), ontem, estavam paralisadas 27 agências da Previdência da cidade de São Paulo e mais 116 cidades do Estado, incluindo Bauru. Para amanhã está marcada uma assembléia estadual, na Capital paulista, com o objetivo de avaliar o movimento, que continua forte e coeso. Também está prevista uma passeata.