A grande águia americana sangrava em nossa sala e não era um filme, era o anúncio de que ninguém está a salvo do terror. A crueza das cenas colocou-nos em estado de choque, de tristeza, de consternação.
Por que não nos sentimos da mesma forma quando as bombas americanas arrasavam Bagdá? Víamos a televisão como se se tratasse de um show pirotécnico, apenas mais um espetáculo para preencher nossas noites. Mas o que tínhamos ali era o mesmo sangue, o mesmo sofrimento, o mesmo terror, ao vivo e em cores, pela CNN.
O terrorismo de Estado, praticado por tropas regulares, em nada difere de fanáticos, de grupos étnicos ou religiosos que não possuem a mesma infra-estrutura. A posição de Israel é a de um Estado terrorista que se atribui a possibilidade de reprimir, esbulhar e assassinar seus vizinhos. Os outros respondem como podem, afinal, não é só por aqui que se canta ou ficar a pátria livre, ou morrer.... Em Bauru mesmo, tivemos um governo terrorista que fazia explodir coquetéis nas madrugadas, e gente que o apoiou, que dele participou e usufruiu esconde o rabo e posa de pacifista. O terrorismo pode usar um infindável número de armas, às vezes os aviões, às vezes rojões...
Torcemos para que o sacrifício de tantas vidas não seja em vão, que os poderosos do mundo, especialmente sua maior potência, compreendam que é necessário reduzir tensões sociais para atingir maior segurança, compreendam que a paz é filha da justiça e compreendam que o terrorismo econômico que eles praticam é o pai de todos os outros por condenar populações inteiras ao terror da miséria e da falta de horizontes. Grato pela publicação. (Carlos Ladeira - RG: 6.994.287)