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Bauruense vive horas de tensão nos EUA

Redação
| Tempo de leitura: 3 min

Rosane estava em Orlando com os dois filhos no dia dos atentados terroristas. Ela teve a volta ao Brasil adiada

A jornalista bauruense Rosane Coutinho Bender viveu momentos de tensão na última semana, em virtude dos atentados terroristas aos Estados Unidos. Ela estava em Orlando, na Flórida, no dia 11 de setembro e contou que houve momentos de pânico entre turistas estrangeiros e norte-americanos.

Rosane, que estava a passeio com seus dois filhos, disse que, apesar de não estar tão próxima ao local dos fatos, sentiu os reflexos. Todos ficamos horrorizados com o acontecido. Houve um momento de apreensão porque se comentava que o próximo ataque seria em Orlando, nos Parques da Disney. Foi um pânico geral nos parques. Eles evacuaram os parques, foi um tumulto. Os brasileiros não sabiam como pegar táxi e tiveram que alugar van para poder retornar para o hotel, expôs.

O pânico maior, de acordo com Rosane, era entre os turistas estrangeiros. Entre os americanos, o clima era de patriotismo, de revolta e de incredibilidade porque as cenas eram terríveis, observou.

O vôo de retorno ao Brasil estava marcado para o dia 11 de setembro, data em que ocorreram os ataques terroristas aos Estados Unidos. Os aeroportos do país foram fechados e os turistas brasileiros não puderam embarcar, já que os vôos foram cancelados. Eles alertavam para ficar em casa porque o metrô estava fechado, os ônibus não estavam circulando. Eu nem saí. Fiquei no hotel naquele dia. À noite, a gente saiu para comer num restaurante brasileiro e foi onde a gente teve mais notícias, de que ainda havia aviões desaparecidos, afirmou.

Os problemas de comunicação com o país de origem foram outro incômodo para os turistas. Não conseguíamos falar com o Brasil no dia do ocorrido porque cortaram Internet, cortaram as ligações para celular. Tinha mais de um milhão de pessoas tentando ligar para o Brasil e não conseguiam falar, destacou.

Principalmente os brasileiros que estavam prontos para embarcar de volta ao País ficaram preocupados com a questão do dinheiro, já que teriam que pagar diárias adicionais em hotéis, além de despesas com alimentação, em virtude do imprevisto. Tem muito brasileiro lá nessa situação - sem dinheiro e sem lugar para ficar. O pessoal estava pegando um apartamento para dividir entre duas famílias para economizar porque não tinha previsão de quando poderia voltar, agrava.

A alternativa que Rosane encontrou para tentar voltar ao Brasil foi fazer uma viagem de três horas e meia até Miami, de ônibus, para arriscar um vôo da TAM que viria para o Brasil. Lá em Miami eu comecei a ficar com medo porque o aeroporto estava todo vazio, estava tudo fechado e não tinha nada para comer. A revista foi terrível. Pegaram um monte de coisas nossas, como tesourinhas, prendedor de cabelo, ferramentas do meu filho para o skate, uma chave. Foi muito demorado o embarque porque eles revistaram minuciosamente toda a bagagem de mão. Estávamos muito apreensivos porque não sabíamos que horas que iríamos levantar vôo e se iríamos levantar vôo, descreve.

Passados os momentos de tensão e agora que conseguiu retornar ao Brasil, a jornalista compara a violência de seu país de origem com a experiência vivida nos Estados Unidos, durante os ataques terroristas. A violência aqui é diferente. É o corpo a corpo, são os acidentes de trânsito e assaltos. Lá estava em clima de guerra. E pior - com as fronteiras fechadas. Começou a me dar pânico, confessou.

Nos próximos cinco anos eu acho que não voltaria para lá, porque é uma situação muito difícil para um povo tão pacifista como o nosso. Apesar de todos os problemas, é uma bênção voltar ao nosso país, acrescentou Rosane.

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