Flávio Uchoa será o primeiro a depor hoje, às 13 horas. O atual presidente do DAE, Sérgio Macedo, promete dar esclarecimentos.
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura indícios de irregularidades em contratos firmados pelo DAE vai ouvir hoje mais cinco pessoas em relação aos serviços prestados pela Fundação para o Desenvolvimento de Bauru (Fundeb). Anteontem, o advogado Evilásio Pereira Jr., em depoimento, apontou que as fundações são regidas pelos artigos 218 e 219 da Constituição Federal, sendo a elas atribuídas a realização de pesquisas, desde que não haja fins lucrativos. Mas, além das esperadas perguntas sobre o assunto em apuração na comissão, a previsão é que os depoimentos sirvam também para esclarecer as dúvidas lançadas pelo ex-presidente do DAE, João David Felício, sobre dois contratos realizados em 2000 com as empresas Waterloo e Serec.
Procurado para discutir os assuntos levantados anteontem na CEI, o atual presidente da autarquia, Sérgio Macedo, o terceiro convidado a depor hoje, às 16 horas, adiantou, através de sua assessoria de imprensa, que vai dar esclarecimentos sobre os contratos mencionados por Felício. Uma das abordagens previstas é a diferenciação entre os serviços realizados pela Waterloo e o oferecido pela Fundeb em relação ao monitoramento por computador do aquífero. Um dos serviços seria pontual, simplificado, enquanto que o outro abrangente e além das fronteiras subterrâneas da cidade. Essas diferenciações seriam fundamentais para a diferença de valores entre os serviços oferecidos pela Fundeb e Waterloo.
A CEI deve abrir mão do depoimento de Hudson Manfrinato Fernandes, do DAE, em relação aos contratos com a Fundeb. As explicações dadas na reunião de anteontem sobre os serviços parecem ter sido satisfatórias para o caso. Além de Flávio Uchoa e Sérgio Macedo, vão depor hoje o ex-diretor jurídico do DAE, Nelson Neme, o representante da Fundeb, José Angelo Cagnon, e o diretor da Faculdade de Engenharia da Unesp, fundador da Fundeb e ex-conselheiro do DAE, Edwin Avólio.
A previsão é que as declarações de João David Felício também provoquem desdobramentos dentro da comissão, que foi instalada para apurar os contratos da Fundeb, a perfuração do poço profundo Roosevelt II e a possibilidade de renúncia de receita na autarquia.