O poeta Ademir Assunção apresenta hoje, às 21 horas, no Sesc, o show Psicolérico, acompanhado pelos músicos Luiz Waack e Marco Scolari . O show marca também o lançamento do novo livro de Assunção, Zona Branca.
Psicolérico procura recuperar as tradições da poesia falada e cantada, mas num contexto contemporâneo. Desta maneira, Assunção entoa poemas de sua autoria, numa linguagem que conecta palavra e som, com temas de blues, jazz e funk.
Não se trata de poesia teatralizada. O que se explora é o ritmo e a sonoridade das palavras em constante diálogo com melodias, harmonias e climas musicais.
O primeiro livro de Ademir Assunção, LSD Nô foi publicado em 1994. O segundo, A Máquina Peluda, com prefácio de Boris Schnaiderman, saiu em 1997. Integrou a antologia Outras Praias/Other Shores (edição bilingüe português/inglês) e publicou seu terceiro livro, Cinemitologias, em 1998, pela Edições Ciência do Acidente. Zona Branca, seu quarto livro, foi lançado em junho de 2001, pela editora Altana, com uma leitura de poemas no Finnegans Pub (São Paulo), que teve a participação dos compositores Arrigo Barnabé, Chico César, Madan e dos poetas Rodrigo Garcia Lopes e Alice Ruiz.
Como letrista, tem parcerias gravadas com Itamar Assumpção, Edvaldo Santana e Madan.
Zona Branca
Depois dos livros em prosa, A Máquina Peluda e Cinemitologias, Ademir Assunção retorna à poesia, com o lançamento de Zona Branca. Desta forma, refaz o elo com seu primeiro livro, LSD Nô.
Zona Branca é o resultado de cinco anos de trabalho. Não se trata de uma simples coletânea de poemas, mas de um percurso poético, dividido em sete partes, no qual o poeta realiza uma exploração poética de signos do inconsciente individual e coletivo.
O título, extraído de uma obra de Frank Zappa, refere-se a um território fora do espaço-tempo (White Zone), onde a imaginação humana trafega aquém ou além da realidade objetiva (também chamada de maya, ilusão, pelos hindus). Para penetrar nessa zona de signos em rotação, parafraseando Octávio Paz, o conjunto de poemas gira em torno de vários núcleos, entre eles o cinema, os sonhos, as mitologias.
Por isso, são carregados de imagens, muitas vezes estranhas, com uma linguagem sintética, fragmentária, descontínua, cheia de fusões e cortes bruscos.
Há vários poemas inspirados diretamente em filmes, como Um Corpo que Cai (Alfred Hitchcock), O Sacrifício (Andrei Tarkovski), O Sétimo Selo (Ingmar Bergman) ou O Livro de Cabeceira (Peter Greenaway), apenas para citar alguns exemplos.
Serviço
Psicolérico, show com Ademir Assunção. Hoje, às 21 horas, no Sesc Bauru. Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00 (estudantes com comprovante e pessoas acima de 65 anos). Sócios, grátis. O Sesc fica na av. Aureliano Cardia, 6-71. Informações: (14) 235-1750.