Nas contas de Arnaldo Jabor, o mundo terá transformações palpáveis depois do último 11 de setembro. Lá atrás há de ficar um país chamado Estados Unidos, muito rico, muito liberal, mas pouco solidário e louco por dinheiro. E, lá na frente, há de vir uma Humanidade mais feliz, com a participação de um Tio Sam menos egoísta, menos prepotente nas relações com o exterior. Tudo isso graças à odisséia parida e criada por um maluco denominado Ossama Bin Laden. Portanto, foi Bin Laden, que à moda do louco que deu certo, quem fez americanos e israelenses repensarem e esboçarem alguma coisa a respeito da Cisjordânia e Gaza. Por tabela, Laden puxou as orelhas de católicos e protestantes na Irlanda, e, quem sabe, sacudiu as lideranças dos separatistas bascos na Espanha. Todos eles sentiram a feiura da covardia praticada pelo terrorismo, embora escondendo o próprio rabo. E isso já é alguma coisa. Voltando, oxalá alcancemos nós, os mais velhos, os efeitos positivos de uma nova política externa americana. Assim sendo, morreremos mais felizes.

Conta uma lenda, que uma princesa sonhou haver morrido, e adentrou caminhos inauditos da Eternidade. Admirava belezas da outra vida, quando dela acercou-se um anjo. Juntos visitaram o local onde se encontravam, e a moça impressionou-se com a imponência do casario, ao percorrer lindos jardins e alamedas floridas. Mas acabaram num lugar inóspito, onde a princesa viu um casebre paupérrimo. Indagando do seu guia, de quem seria aquele casebre, ouviu o seguinte: Aqui tudo pertence aos habitantes da Terra, que mandam para cá o material necessário para as suas edificações. E esse casebre, princesa, é seu. O material que você nos mandou só chegou para isso, e nada mais!- A princesa acordou sobressaltada e mudou a sua vida.

A exemplo da princesa neste conto, e se pudéssemos tatear o espírito coletivo dos EUA, talvez concluíssemos que o material enviado pelo Tio Sam, fosse suficiente só mesmo para edificar um desses casebres, quem sabe, por causa de tantas negligências e omissões tirânicas com o resto do mundo. O desengavetamento do projeto Guerras nas Estrelas, pelo presidente Bush, pode ser um forte exemplo do descaso ao subdesenvolvimento de tantos países, inclusive o nosso. Quanto a Bin Laden, se Jabor estiver certo, dir-se-á, com todo o nosso respeito, que ele foi o bisturi de Alá, que lesionou fundo para depois curar. Porque é sempre assim: Alá sabe o que faz!... (Antonio Ribeiro Corrêa - RG 4.168.220)