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Natal une jovem à geração mais velha

Redação
| Tempo de leitura: 4 min

Por livre vontade ou não, as comemorações em família continuam sendo o programa dos jovens na noite de 24 de dezembro.

Valores, costumes e tradições transformam-se na medida em que passam as gerações. Ainda assim, a família continua sendo o programa de grande parte dos jovens na noite de Natal.

Contrariados ou não, colegiais e universitários entrevistados pelo JC, em Bauru, confessaram que a noite de 24 de dezembro, véspera de Natal, é reservada à união da família e ao reencontro com parentes.

Maria Lúcia Garbelini, de 19 anos, gostaria de ficar em Bauru na véspera de Natal. Assim, poderia sair com os amigos após a meia-noite. A família, no entanto, costuma ir a São Paulo para reunir os parentes na casa da avó. Sou obrigada a passar o Natal com eles. No Ano Novo, tudo bem, eu saio com os amigos, conta.

A mãe de Maria Lúcia, Sueli Capelazzo Garbelini, conta que essa é uma tradição da qual a família não abre mão. Natal é uma festa de família. Eu não deixaria meus filhos saírem no Natal. Eles já sabem que têm que ser assim e ficam aqui, afirma.

Na opinião de Etiene Teixeira e Juliana Prandi de Barros, ambas estudantes do Colégio Interativo e de 23 anos, o Natal é uma data familiar. Não tem como deixar a família para passar com os amigos, diz Etiene.

Juliana gosta da idéia de festejar o 25 de dezembro com a família por ser uma das poucas oportunidades no ano em que todos os parentes reúnem-se. É difícil reunir todos os parentes. Não é a mesma coisa quando está faltando um, observa.

Embora as moças simpatizem com esse costume, contam que os pais não concordariam caso elas decidissem sair ou viajar com amigos. Eles recomendariam que passássemos o Ano Novo com os amigos.

Outros jovens resolvem o problema ficando com os parentes até a meia-noite e saindo com amigos depois da ceia. É o caso de Bruna Genovez, de 19 anos, estudante da Universidade do Sagrado Coração (USC). Acho que mesmo que eu quisesse sair com os amigos antes da ceia não teria problema. Com um pouco de conversa, meus pais aceitariam.

Para o estudante de Jornalismo da USC Renato Venturini, de 23 anos, determinadas datas devem ser reservadas à família. Na casa do universitário, não só o Natal, mas o Dia de Finados e até mesmo as festas juninas e Carnaval são motivo de reunião da família. Desde que eu era criança temos esse costume. Natal é com a família, é a data do nascimento do Menino Jesus. Somos muito católicos, revela.

Renato já chegou a recusar convites de amigos para viajar durante a comemoração de Natal e ficou em Bauru para receber os parentes que chegavam de Santa Catarina para a reunião familiar. Tenho essa consciência, afirma.

Namorados

Namorados e namoradas às vezes são motivo de dor-de-cabeça em datas especiais, como o Natal, principalmente quando ambos têm o costume de comemorar com suas respectivas famílias. O problema agrava-se quando aperta a vontade de preferir o namoro aos parentes.

Juliana Prandi Barros prefere reservar o Reveillon para o namoro. No Ano Novo, eu fico um pouco com a família, depois eu saio com meu namorado, conta.

Já Denis Henrique Neves de Freitas, de 16 anos, está vivendo um impasse. Minha mãe não liga, mas eu ainda não sei se vou passar com a família ou com minha namorada, diz.

Ana Maria Neves de Freitas, mãe de Denis Henrique, confessa dar importância para o Natal em família, mas revela que está tentando preparar-se para aceitar que seus filhos sigam caminhos independentes. Estou amadurecendo essa idéia. Estou preparada para que eles vivam suas vidas com amigos e namorados. Nós preparamos os filhos para a vida, acredita.

Igreja

Entre os católicos, o Natal é uma data essencialmente familiar. De acordo com o monsenhor Almir Cogiola, as pessoas ligadas à Igreja Católica não apenas passam a data com parentes, mas também assistem missas. Antes, a Igreja de Deus celebrava a missa do galo à meia-noite. Passamos as missas para as 20 ou 21 horas para que, à meia-noite, todos estejam em casa para a ceia de Natal com a família, frisa.

A consciência de família que o jovem tem hoje não é a mesma de antes, critica o monsenhor.

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