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Incidência de câncer de pele é alta

Patrícia Zamboni
| Tempo de leitura: 3 min

Índice de pessoas que descobriram a doença através da Sociedade Brasileira de Dermatologia é acima da média do País.

Das 685 pessoas atendidas durante a Campanha de Combate ao Câncer de Pele realizada em Bauru no Instituto Lauro de Souza Lima e Centro Dermatológico, no dia 24 do mês passado, 10% apresentaram algum tipo da doença de pele. Segundo o médico dermatologista Ivander Bastazini, um dos coordenadores da campanha, esse índice é muito alto, preocupante e está acima da média nacional registrada em 2000. No ano passado, a estatística da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apontou uma incidência média de câncer de pele no País de 8,7%.

De acordo com Bastazini, o tipo mais comum de câncer de pele verificado entre as pessoas atendidas durante a campanha é o chamado baso-celular. Foram diagnosticados 46 casos, o que corresponde a 6,7% do total das 685 pessoas examinadas. Esse tipo de câncer é maligno, mas apenas localmente. É muito difícil dar metástase (foco secundário no curso da evolução da doença). Mas se não for tratado, ele vai progressivamente invadindo a região em que está localizado, explica o dermatologista.

Em segundo lugar em incidência ficou o carcinoma espino-celular, com 1,16% dos casos. Esse tipo é mais agressivo que o baso-celular e evolui para a metástase. Em terceiro lugar ficou o melanoma maligno, com 0,9% de incidência. Trata-se de um câncer extremamente maligno e freqüentemente fatal, segundo Bastazini. Cânceres de outros tipos somaram 1,17%. Segundo o médico, na campanha do ano passado foram atendidas 886 pessoas, com incidência de aproximadamente 10,8% de portadores de algum tipo de câncer de pele.

Neste ano, a maioria dos pacientes com diagnóstico positivo tinha pele clara, média de idade entre 45 e 65 anos e histórico de não ter o hábito de proteger a pele contra a ação dos raios solares. Os cuidados básicos para a prevenção do câncer de pele, conforme orientação do dermatologista Ivander Bastazini, são evitar expor-se ao sol entre 10 e 16 horas; só sair de casa após passar protetor solar - as pessoas de pele mais clara, principalmente, devem preferir filtro solar com nível de proteção acima do número 15; na praia, utilizar roupas adequadas, protetor solar e boné ou chapéu.

É preciso haver uma conscientização sobre a necessidade de se cuidar da pele. Assim como os pais ensinam as crianças, desde cedo, a escovar os dentes para combater as cáries, as pessoas devem criar o hábito de utilizar protetor solar para evitar o câncer de pele. A preservação da pele passa pelo uso do protetor. As crianças a partir de 6 meses de idade já devem começar a utilizar filtro solar. Além de prevenir o câncer, as pessoas também evitarão que a sua pele envelheça mais cedo, orienta o dermatologista.

Para tentar identificar as características de um possível câncer de pele Bastazini diz que, independentemente do tipo, ele sempre começa como uma pinta que não existia na pele, uma lesão elevada (verruga ou caroço) que surge ou que começa a crescer rapidamente, uma ferida que não cicatriza ou quando a pele sangra com facilidade. Esses sintomas devem ser avaliados por um médico dermatologista o mais rápido possível. Quanto antes o diagnóstico for feito e o tratamento começar, maiores as chances de cura e mais fácil é o tratamento do câncer de pele.

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