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DAE terá R$ 1,3 mi para reformar ETA

Gilmar Dias
| Tempo de leitura: 3 min

Verba será liberada pela CEF e é insuficiente para as obras necessárias, que devem consumir cerca de R$ 6 milhões

A novela que envolve a reforma da Estação de Tratamento de Água (ETA) ganha mais um capítulo, entre os milhares dos últimos dez anos. Principal complexo fornecedor de água potável para cerca de 43% da população de Bauru, as reformas da ETA vão ser iniciadas com verba de R$ 1,3 milhão, que será liberada pela Caixa Econômica Federal (CEF). A obra total, no entanto, está orçada em R$ 6 milhões.

O dinheiro ainda não tem data certa para chegar, mas o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Sérgio Macedo, conta com a verba da CEF para o primeiro semestre do ano que vem. A autarquia municipal estava com o montante bloqueado porque seu destino deveria ser aplicado exclusivamente na ampliação da rede coletora de esgoto.

Trata-se de uma verba antiga, cujo contrato foi assinado ainda na primeira gestão do ex-prefeito Antonio Izzo Filho. Somente uma parte do total dela foi usada e o restante do saldo, R$ 1,3 milhão, foi esquecido. Para desbloqueá-lo, o departamento jurídico da empresa entrou com pedido de remanejamento, já aceito pela Caixa Econômica.

Agora, os técnicos do DAE finalizam uma parte do projeto de reforma da ETA para enviar à CEF. A verba é insuficiente para a demanda de necessidades da estação. O dinheiro, segundo Macedo, será aplicado para iniciar a reforma da estação.

Cronograma

O presidente do DAE diz que o estudo que está sendo feito pelo DAE para aplicar os R$ 1,3 milhão envolve o processo final de tratamento de água. Envolve a saída da água tratada e os filtros. Essa alteração no sistema de filtração vai tornar os filtros mais rápidos, melhorando a capacidade da ETA, explica.

A mudança virá acompanhada com tecnologia de ponta, já que o atual sistema foi instalado no início dos anos 70. Os atuais filtros são de areia e serão trocados por equipamentos que se utilizam de areia e ar para realizarem a limpeza da água.

As máquinas serão trocadas com a ETA em funcionamento, já que é inviável paralisar sua operação, responsável pelo abastecimento de 43% da população da cidade. Vamos trocá-los de dois em dois, diz Macedo, completando que essa tarefa só poderá ser executada em época do ano cujo consumo de água seja reduzido.

O inverno é o período mais indicado. Não dá para fazer qualquer serviço na ETA nesta época atual do ano. Poderíamos ter problemas de desabastecimento, justifica. O presidente da autarquia acrescenta que a estação também vai ganhar novas comportas, uma das quais já está sendo providenciada, de um total de seis, e deverá ser instalada ainda neste mês.

O conduto de água tratada também será substituído. Hoje, essa água corre numa canaleta, que será substituída por uma tubulação. Macedo explica que do jeito que foi feito o cronograma da reforma, mesmo que, futuramente, o DAE não receba mais verbas governamentais, será possível tocar as obras com recursos próprios.

Concluída as obras, será possível reduzir a área de funcionamento da ETA pela metade e manter o mesmo percentual de produção e distribuição de água potável.

Não vingou

Logo depois que assumiu a presidência do DAE, o vice-prefeito Dudu Ranieri (PFL) anunciou, em março deste ano, que começaria a reforma da ETA em julho, o que não foi possível por dois motivos: o dinheiro da CEF não foi liberado e ele foi exonerado do cargo pelo prefeito Nilson Costa (PPS).

Os planos de Ranieri contavam com a verba bloqueada na CEF e mais economias da autarquia municipal. O vice-prefeito estava animado com o projeto e calculava que, depois de iniciada a reforma, a ETA estaria recuperada em 18 meses, ou seja, no início de 2003.

Responsável pelo fornecimento de água a 140 mil habitantes, a estação capta, no pico de produção, cerca de 600 litros de água por segundo do rio Batalha. Na época de sua implantação, no final dos anos 60, era considerada uma das mais modernas estações do Interior do Estado.

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