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O MELHOR NOME E O MELHOR GRUPO

Susan Lopes
| Tempo de leitura: 2 min

Não pude deixar de ler a carta do Sr. Paulo Neves à tribuna do leitor. Admito não entender muito bem. No dia da solenidade no teatro municipal, quando este recebeu o nome de Dona Celina, fui uma das atrizes convidadas. Outros artistas compareceram, muitos na platéia, outros no palco. E me recordo da satisfação dos familiares da homenageada durante o evento. Agora, vejo que parte de um mesmo familiar a iniciativa de retirar o nome de dona Celina do espaço físico do teatro. E mais me admiro de ver nomes de vereadores nesta atitude vergonhosa. Vergonhosa sim. Não interessa os motivos, mas isto é ridículo. A imagem que me passa (e acredito que a muitos) é que vivemos em um pandemônio. Tira põe, tira põe, tira põe... Isso, para quem vê de fora, passa insegurança e descrédito no Teatro bauruense, nos políticos bauruenses. Será que nós, que lá estávamos, fizemos papel de palhaços? E aos ex alunos de Dona Celina, que estavam prestando homenagem à professora, à pessoa pública de Celina Alves Neves, como estão se sentindo?

Com relação ao Grupo Ato ser escolhido o melhor grupo da cidade, não me admira. Afinal, estamos vivendo um momento em que o teatro da cidade parece estar, finalmente, saindo dos extremos. Até bem pouco tempo, ou se capitalizava a arte, ou vivia-se no amadorismo. Estamos encontrando o meio termo (E como já dizia Buda, é nele que se encontra a sabedoria). Procura-se trabalhar profissionalmente. Não me refiro ao tão sonhado DRT, mas à preocupação em se realizar espetáculos de qualidade indiscutível, seguindo uma tendência mundial de sempre procurar superar nossas próprias conquistas. Onde aqueles que ainda insistem em que fotografias de gente grudada na grade de casa, ou se arrastando pelo chão é sinônimo de arte, vão ficar para trás. O público está ficando exigente, o mercado está exigente. Não é demérito para ninguém o Ato ser considerado o melhor. Isto deveria servir como incentivo. Ter a coragem de subir em um palco e expressar idéias é um atributo de poucos. Uma atitude louvável. Mas nada impede de se procurar o melhor. Não desmerecendo a ninguém, mas o que é justo, é justo. Não é por isso que vamos ter uma atitude infantil, bater o pé e fazer bico. Ao fazer uma pergunta a si mesmo, Por que este e não aquele?, talvez a resposta seja outra pergunta: Está fazendo o melhor que pode?

Lembro que, quando criança, brincávamos na rua. E se por algum motivo descordávamos do dono da bola, o tal gritava: Devolve minha bola! Se eu não brinco, ninguém brinca mais. (Susan Lopes - RG: 30.954.412-9)

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