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O NOSSO FERNANDO É OUTRO

Antonio Ribeiro Corrêa
| Tempo de leitura: 2 min

Morre-se de velho, e não se vê tudo. Piadas dramáticas, ou dramas hilários, são contados todos os dias nos palcos da vida. Ri muito da participação do sr. Antonio Pedroso nesta coluna, que nos contou a trágica comédia do cidadão de Sorocaba, um pobre diabo triplamente atropelado pela vida. Primeiro, como trabalhador, foi atingido e ficou sem as pernas. Segundo, veio o descaso das autoridades sobre seus direitos. Por último, a bebedeira e o roubo de suas pernas mecânicas. Ri muito, mas devia chorar. Caos como este equivale a uma passagem de primeira classe, a um dos apartamentos cinco estrelas nos céus, até que tudo exploda de novo.

Por oportuno, lembrei-me de um país vizinho, que inventou que um tal de Maradona é melhor, ou foi melhor, do que o Pelé. Falamos da Argentina, e de um povo que nos apelidara de macaquitos, ou seja, imitadores de tudo o que havia lá fora. Macaquitos ou não, temos um Fernando que não pulou em galho seco, porque simplesmente conhece o peso que tem. Mais que isso, conhece em peso a capacidade do povo que governa, e, ao contrário do Fernando portenho, soube controlar politicamente os seus nacionais, pedindo sacrifícios para que a nossa moeda obtivesse alguma estabilidade. Mesmo sem o conhecimento necessário da nossa economia, achamos que a estabilidade monetária desejada, já ultrapassou a casa dos 80%.

O novo platino elegeu ultimamente o presidente De La Rua, um Fernando bem parecido com o nosso Lula, com o nosso Mercadante, e, também, com o extraordinário José Genoíno. Todos muito inteligentes. Entretanto, nenhum capaz de colocar o guizo no pescoço do gato. Em outras palavras, a rigidez na ponta da vara, impede uma boa pescaria. Pescador de bons peixes, cuida bem dessa flexibilidade.

Felizmente, o nosso Fernando não é o De La Rua que, por negligências na política, deixou que levassem as pernas da Argentina, numa época em que Maradona, o segundinho do mundo, bem poderia formar ao lado do Rei Pelé num time imbatível da economia mundial. Resta saber se a prótese vindoura não vai ser de pau. E, por conta da zombaria entre nós e eles, diremos, de leve e entre os dentes: Não chores tanto Argentina. Precisando, temos próteses do primeiro mundo! Afinal, o nosso Fernando é outro!...

Em tempo: Feliz ano novo a todos! (Antonio Ribeiro Corrêa - RG: 4.168.220)

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