Os obesos possuem taxas de mortalidade maiores que a população normal, e estas taxas aumentam proporcionalmente ao IMC
A obesidade é, geralmente, diagnosticada através do Índice de Massa Corpórea (IMC), calculado dividindo-se o peso, expresso em quilogramas, pela altura, expressa em metros e elevada ao quadrado: IMC = peso (kg) / altura 2 (m). Quanto maior o IMC, maiores serão os riscos de mortalidade associados à obesidade.
Um outro parâmetro clínico utilizado para avaliar a obesidade é a medida da cintura. Indivíduos aparentando um diâmetro de cintura maior que 94 cm nos homens e 88 cm nas mulheres apresentam um risco maior de complicações associadas à obesidade.
A distribuição de gordura altera o risco associado a um determinado excesso de gordura. O risco para a saúde é diferente se esta gordura se acumula na metade superior do corpo (principalmente na região abdominal) ou se predomina na metade inferior do corpo (região do quadril).
Quando a gordura acumula-se predominantemente na região abdominal, é denominada de obesidade andróide ou em forma de maçã, e quando acumula-se na região glúteo femoral (quadril), denominada-se de obesidade ginóide ou em forma de pêra.
A obesidade do tipo maçã está associada a um acúmulo de gordura intra-abdominal e visceral (nos órgãos), estando associada a um risco maior de anormalidades metabólicas, como elevação da glicose, triglicerídeos, LDL-colesterol e redução do HDL-colesterol.
Tratamento
0 tratamento da obesidade deve iniciar com uma reeducação alimentar saudável e aumento de atividade física (pelo menos 30 minutos três vezes por semana).
Planos alimentares mais flexíveis têm produzido resultados muito melhores, com menor incidência de comer compulsivo e maior facilidade na manutenção de um peso saudável do que as dietas rígidas.
No entanto, em muitos casos estas medidas não são suficientes para a perda do peso. Nestes casos, pode-se empregar medicamentos antiobesidade. Na escolha do medicamento leva-se em conta os possíveis fatores causais da obesidade e os eventuais efeitos colaterais.
Os medicamentos antiobesidade disponíveis são classificados como redutores do apetite, indutores de saciedade e redutores da absorção intestinal de gorduras.
Os medicamentos anti-obesidade estão indicados nos pacientes com IMC acima de 30 kg/m2 ou acima de 25 kg/m2, quando estão presentes outras doenças associadas como diabetes, hipertensão etc e quando as medidas convencionais não tiveram resultados satisfatórios.
Atualmente existe uma série de medicamentos que auxiliam na perda de peso e que apresentam efeitos colaterais leves, mas eles só devem ser prescritos e utilizados com a orientação médica.
Um plano alimentar saudável tem os seguintes elementos:
baixa densidade calórica com restrição de gorduras; aumento de fracionamento do cardápio, oferecendo no mínimo quatro refeições ao dia; carboidratos em todas as refeições, em pequena quantidade; estimular o consumo de grãos e cereais integrais, frutas, verduras e legumes; uso moderado e esporádico de açúcares simples, doces, bebidas alcoólicas e gorduras, principalmente as saturadas.
Riscos
Doenças como diabetes, hipertensão arterial, hiperlipemia (aumento da gordura no sangue), doença coronariana (angina e infarto), doenças articulares, apnéia do sono, insuficiência respiratória e cardíaca, além de diversas formas de câncer (mama, útero, vesícula biliar, etc.) têm uma elevada prevalência entre os obesos, e o controle delas sem a redução do peso torna-se extremamente complicado.
Esses obesos possuem taxas de mortalidade maiores que a população normal, e estas taxas aumentam proporcionalmente ao IMC. A taxa de mortalidade de mulheres com 50% além do peso, por exemplo, é o dobro das mulheres com peso normal, subindo para oito vezes se houver diabetes associado. Em pacientes com obesidade severa, o risco de apresentar diabetes está aumentando cerca de 53 vezes, o do câncer do endométrio 5,4 vezes. Outros estudos mostraram taxas de mortalidade até 12 vezes maior em pacientes obesos quando comparados com pessoas magras da mesma faixa etária. Um outro fato dramático que ilustra a gravidade da obesidade e que mostra a baixa expectativa de vida deste grupo de doentes é ilustrado ao se avaliar os indivíduos que entram para o Guiness Book (O livro dos recordes), onde nenhuma das pessoas consideradas as mais pesadas ultrapassaram os 40 anos de idade.
Classificação
Se um indivíduo apresenta 90 kg e altura de 1,65 m: IMC = 90 / (1,65)2 = 90 / 2,72 = 33,08.
Este indivíduo encontra-se na categoria de obesidade leve (observe a tabela abaixo):
Classifica-se o peso em adultos de acordo com o IMC:
IMC (kg/m2) Baixo peso: < de 18,5Normal: 18,5 24,9Pré-obeso: 25 29,9Obesidade classe I (leve): 30 34,9Obesidade classe II (moderada): 35 39,9Obesidade classe III (grave): > 40