Recorrer a linhas de crédito bancário para pagar material escolar, matrícula, livros didáticos e até mesmo uniforme dos filhos, pode ser a melhor opção para quem não tem condições financeiras de pagar à vista. Um economista consultado pelo JC alerta para as taxas de juros desses financiamentos, que devem girar entre 3% e 4%, ou no máximo 5% ao mês.
Comprar itens de linha intermediária e recorrer a lojas populares pode ser o melhor caminho para não gastar “fortunas†com a lista de material escolar. O movimento em lojas que trabalham com itens mais baratos está cerca de 20% maior que em janeiro do ano passado, segundo apontam alguns comerciários.
De acordo com o economista Carlos Roberto Sette, antes de optar pelo empréstimo bancário para a aquisição de material escolar vale a pena se informar sobre as formas de pagamento oferecidas pela loja na qual se pretende efetuar a compra.
“Pelo fato das papelarias trabalharem com pagamento parcelado sem juros, dependendo da situação pode ser melhor quitar a compra em três ou quatro prestações do que recorrer ao financiamento, que inclui taxa mensal de juros. Cada caso deve ser analisado de acordo com as possibilidades financeirasâ€, orienta.
Para essa e outras finalidades, a Caixa Econômica Federal (CEF) oferece o Crédito Direto Caixa. Trata-se de uma linha sem destinação específica disponibilizada automaticamente na conta de movimento do cliente, para utilização imediata.
Após definido o limite de crédito e assinado o contrato, a operação pode ser feita no terminal eletrônico. O valor máximo é de R$ 10 mil, com teto mínimo de R$ 25,00 para a prestação.
O crédito pessoal também pode ser utilizado para essa finalidade. Nessa modalidade, os juros variam de 3,1% a 5,5% ao mês, o prazo de pagamento é de até 24 meses e o valor máximo do empréstimo é vinculado à capacidade de pagamento. Em 2001, a Caixa emprestou R$ 1,99 bilhão de crédito a clientes pessoa física nas principais linhas da área comercial.
Capacidade
A assessoria de imprensa do Banespa informa que a linha de crédito da instituição voltada a esse objetivo prevê valor mínimo da operação de R$ 200,00. O máximo irá variar conforme a capacidade cadastral do cliente.
O prazo para pagamento é de dois a 24 meses e as taxas de juros variam de acordo com o segmento, de 3,24% ao mês até 5,26% ao mês (pré-fixadas).
Na Nossa Caixa, a assessoria diz que a linha de crédito oferecida para compra de material escolar destina-se a operações com valor mínimo de R$ 200,00 e máximo de R$ 700,00. O pagamento pode ser feito em até 12 meses e a taxa de juros é de 3,8% ao mês.
Essa linha fica disponível anualmente nos períodos de janeiro a março e de julho a agosto. Para não correntistas do banco, o empréstimo é feito mediante apresentação de cheques pré-datados.
No Banco do Brasil, a assessoria de imprensa informa que a modalidade de Crédito Direto ao Consumidor (CDC)/empréstimo eletrônico pode ser utilizada para a compra de material escolar e afins (livros didáticos, uniforme etc). Trata-se de linha com crédito pré-aprovado. O pagamento do empréstimo pode ser efetuado em prazo de dois a 24 meses com taxa de juros de 3% ao mês.
Bradesco e outros bancos também oferecem linhas de crédito para aquisição de material escolar.
Cuidado com juros
De acordo com o economista Carlos Roberto Sette, entre fazer um empréstimo bancário e utilizar o cheque especial, a primeira opção é preferível. “Os juros de linhas de crédito oferecidas pelos bancos para essa finalidade são bem menores que os do cheque especial, que variam de 8% a 12%â€, orienta.
Taxas consideradas razoáveis no mercado são as que ficam, preferencialmente, entre 3% e 4%, ou no máximo 5% ao mês. “Nenhum financiamento para pessoa física fica abaixo dissoâ€, observa Sette.
Numa situação em que a taxa mensal cobrada pelo banco é de 3,8%, o usuário pagará 56% de juros ao longo de um ano. â€œÉ elevado para a realidade brasileira, mas está dentro do mercadoâ€, diz o economista.