Recentemente, escrevi uma nota para o Jornal da Cidade, quando foi assassinada uma funcionária do Centrinho, da USP, na cidade de Bauru. Na ocasião eu falava da pena de morte. Certo ou errado, era minha forma da indignação. Agora, depois do assassinato do prefeito da cidade de Campinas e do prefeito da cidade de Santo André, no Estado de São Paulo, tanto líderes de direita quanto de esquerda, incluído, e, principalmente, o PT, esbravejam, contra aquilo que somente agora consideram uma barbárie. Realmente, mesmo atrasados, tais líderes juntam-se àqueles, os quais, como Glória Peres, revoltam-se contra aquilo que é a verdadeira desgraça da espécie humana: a capacidade de alguém tirar a vida de outrem, por motivos torpes e, depois de tanta impunidade, não mais inconfessáveis; mata-se por qualquer coisa. Por centavos, por um punhado de reais, por filosofias, para ver o “outro†cair. Eu não suporto mais! Eu não agüento mais observar como o governo (somos todos nós), como a sociedade organizada, como os poderes (neste momento sinto-me compelido a escrever “poderes†com letra bem minúscula) apenas observam, discutem, ponderam, lamentam... e nada mais! Não é nada suficiente! O que espera o governo? O que esperamos todos nós? Em nome de quê? O próprio governador do Estado de São Paulo, dr. Geraldo Alckmin, declarou, através da Rede Globo de Televisão, um dia depois do assassinato do prefeito de Santo André: “Sou a favor da prisão perpétua!†Não se pode deixar de reprimir severamente a criminalidade no Brasil, em nome de “direitos humanos†ou de princípios religiosos! A têmpera maligna do ser humano, ao se considerar livre de coerções, passa a agredir cada vez mais a própria sociedade que, de maneira completamente idiota, ainda acredita que pode oferecer locais (inexistentes!) onde seres humanos irrecuperáveis possam ser recuperados. Não confundam os “crentesâ€, bobos da corte, “falsos defensores†da sociedade “pobre e oprimidaâ€, a bandidagem da mais pior espécie com os pobres e oprimidos os quais a própria sociedade capitalista abomina. Nada tem a ver uma coisa com a outra. Chega de discursos de governadores, legisladores, juristas e autoridades do Executivo, incluído o próprio presidente da República! Se o governo, ou seja, a sociedade constituída, não tomar providências imediatas, a população passará para um estado tal de desobediência civil, a tal “guerra†a qual se referiu o governador do Estado de São Paulo, que será impossível conviver em uma nação onde os poderes constituídos constituem-se em motivo de chacota pela grande maioria de seu povo.
Autoridades: nós todos, incluídos vocês, estamos atrás das jaulas. Fogo neles! Cárcere privado e fechado! Prisão perpétua! Cadeira elétrica! Chega de contemplações! Nós, a população brasileira, não podemos mais tolerar que os bandidos sejam a manchete dos jornais. Precisamos de ações enérgicas! Crime? Castigo à altura! Nas escolas, desde cedo? Civismo! Onde estão os hinos nacionais? Onde está a cor de nossa pátria? Onde estão as rezas e as orações? Onde está o orgulho nacional? O orgulho de ser brasileiro? Por outro lado, onde está a política de apoio às classes mais desfavorecidas, aos pobres e oprimidos, sem se apelar para as cores partidárias, para o ano eleitoral ou para as carreiras pessoais? O tempo urge, chega de discursos bonitos, em anos de eleições! A paciência do povo, mesmo do povo pacífico e ordeiro, trabalhador de nosso país, tem limites... e os limites estão aí... bem próximos de todos nós! (José Roberto de Magalhães Bastos - RG: 27.300.246)