Cada vez mais estimulados e com mais qualidade de vida, as crianças e adolescentes portadores de síndromes ou deficiências entraram para o século 21 como “cidadãos de verdadeâ€. A cada dia, novas famílias, professores, especialistas e leigos lutam para socializar seus filhos - nossos alunos - derrubando assim as barreiras do preconceito. A batalha se une em torno de um termo adotado pela ONU, há quase dez anos, mas que só agora começa a tomar significado no Brasil: inclusão.
A sociedade inclusiva não pede ajuda aos bonzinhos, mas defende o respeito e o convívio com as diferenças exigindo para estes, formação acadêmica e profissional que lhes possibilitem autonomia para exercerem sua cidadania.
Preocupada em preparar os professores que já convivem com alunos inclusos, a SEE (Secretaria Estadual de Educação) planeja capacitações centralizadas e essa Diretoria de Ensino descentralizada para professores de sala de recurso de DM, DA e DV que atuarão, juntamente, com os responsáveis pela Educação Especial na Educação Básica dando assim apoio aos professores de classe comum. A DE também está propondo a formação de grupos de estudo a todos os interessados e/ou envolvidos com a inclusão e também cursos atendendo a solicitação dos professores.
Marcando esta era nós, da Diretoria de Ensino, estamos iniciando em março uma grande ação propiciando estudos coletivos subsidiados pelo PCN de Educação Especial na Educação Básica onde todas as escolas farão estudo sobre as adaptações curriculares necessárias ao atendimento de portadores de deficiências inseridos em classe comum, atendendo as metas dessa Diretoria de Ensino que visam atingir os objetivos da Secretaria Estadual de Educação indo ao encontro de transcender barreiras e discriminações.
Esse trabalho com adaptações curriculares vem sendo experienciado no CEES (Centro de Educação Supletiva de Bauru) Tancredo Neves, nas áreas de Arte e Informática, com participação de professora intérprete que, além de fazer a comunicação necessária, estimula para novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades ainda não experimentadas por eles. Essa vivência trouxe também o retorno de outros portadores de deficiência para a escola e fortaleceu a sua autoconfiança na interação com os demais alunos e professores, processo esse acompanhado por pais, direção, coordenação e representante da DE.
Neste século, em que se rompem barreiras e preconceitos na busca do respeito ao diferente, porém com potencial a ser desenvolvido, alguém que pode nos ajudar a rever valores e abrirmos espaços de atuação como cidadãos produtivos, livres de tutelas e caridade para exercerem o pleno direito à sua cidadania, é nesse contexto que a Educação é o veio para se construir essa “era de respeito†e a Secretaria Estadual de Educação propõe esse grande momento de reflexão e estudos sobre a “inclusãoâ€, buscando coletivamente sólidas bases para a construção dessa caminhada de transcendência para o homem novo que aceita, que respeita e compartilha com a igualdade de direitos.
(*) O autor, Jair Sanches Vieira, é professor.