Polícia

Família não acreditava em crime

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 2 min

O filho do fazendeiro, Juarez Arantes, diz que nunca pensou que sua família pudesse ser vítima de seqüestro. “Temos uma propriedade rural, mas não somos ricos. Trabalhamos muito e nossa rotina é o trabalho. Meu pai e minha tia acordam de madrugada para buscar o leite”, conta.

“Quando fui comunicado que meu pai não tinha chegado na fazenda, sai de Bauru e fiz o mesmo trajeto que ele. Tinha a certeza que a Pick-up tinha dado algum problema mecânico. Nem me passou pela cabeça que poderia ser um seqüestro”, diz. O filho só acreditou na hipótese de seqüestro quando recebeu um telefonema em seu celular. “Meu pai tinha um cartão meu na carteira. Os seqüestradores o pegaram e me ligaram. Eles disseram que meu pai estava com eles e que só seria libertado com o pagamento de R$ 50 mil”, revela.

Juarez diz que tentou conversar com os seqüestradores. “Eles ficaram de ligar novamente e ligaram mais duas vezes, de locais e de telefones diferentes. A última ligação foi feita às 13 horas (de quarta)”, frisa. O filho confirma que um dos três presos é conhecido. “Eu vendi um touro e um cavalo para o Joel. Ele não me pagou. Ofereceu uma vaca como pagamento, mas a vaca não valia a dívida. Há 20 dias, mais ou menos, ele veio acompanhando um comprador de gado e realmente assistiu uma transação de animais”, afirma.

Segundo o major Carlos Alberto Fantini, da Polícia Militar, desde o momento em que a polícia foi avisada do crime se empenhou em esclarecê-lo. “Trabalhamos em conjunto com a Polícia Civil. Com as características dos envolvidos, prendemos um deles na entrada do motel. Através dele, os outros dois foram presos”, conta.

Lágrimas

Um grito seguido da frase “Me solta” emocionou os policiais que procuravam o cativeiro do fazendeiro, na madrugada de ontem. Delegados, investigadores e policiais militares quase chegaram às lágrimas quando encontraram a vítima vida e consciente.

O filho do fazendeiro, Juarez Arantes, se emociona ao relembrar o seqüestro. “Meu pai é um homem muito forte. Ficou amarrado mais de 20 horas sem água e sem comida e resistiu. Ele ficou abalado, mas não ferido. Ele me confessou que poderia ter reagido quando o primeiro marginal o surpreendeu, mas percebeu que o momento era de manter a calma. Acho que foi a melhor maneira dele enfrentar a situação”, acredita. Juarez Arantes acha que a rotina da família depois do seqüestro vai mudar. “Vamos ter mais uma preocupação. Vamos mudar a nossa rotina”, garante.

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