Política

Tuga anuncia candidatura à Assembléia

Gilmar Dias
| Tempo de leitura: 4 min

O ex-deputado federal Tuga Angerami (PSB) anunciou oficialmente, ontem, que vai disputar a Assembléia Legislativa nas eleições de outubro. Tuga justificou a decisão argumentando que, se eleito, vai estar mais próximo da cidade para participar da agenda política. Ele garantiu que se conseguir viabilizar seu objetivo não vai disputar a Prefeitura de Bauru nas eleições municipais de 2004. “Não disputei a reeleição à Câmara dos Deputados, em 1998, para me candidatar a prefeito em 2000”, lembra. “Sou contra abandonar mandato para disputar outros cargos eletivos”, afirma. A seguir, leia a entrevista com o ex-deputado federal.

Jornal da Cidade - Depois de muita especulação, o senhor finalmente decidiu anunciar que vai disputar as eleições de outubro? Tuga Angerami - Eu discuti o assunto com meu partido, discuti com pessoas que não estão filiadas a meu partido mas que, historicamente, sempre me apoiaram. Fiz uma consulta profunda a mim mesmo, às minhas motivações, minhas intenções e decidi apresentar meu nome à convenção do partido. Minha decisão é me candidatar e lutar por uma vaga à Assembléia Legislativa.

JC - Por que o senhor optou por disputar a Assembléia? Seus últimos dois mandatos como deputado foram cumpridos na Câmara Federal. Tuga - Em primeiro lugar, tive experiência como prefeito e tive a oportunidade de ter dois mandatos como deputado federal. Não tive a experiência, o privilégio de ser deputado estadual. A última campanha que participei, a de prefeito, fez com que eu mergulhasse muito no dia-a-dia da cidade, nas dificuldades, nos desafios. Pensei propostas, pensei políticas para a cidade. E isso de tal forma me empolgou que, fazendo uma análise da forma como eu poderia contribuir melhor e mais para resolver essas questões, conclui que poderei ajudar mais como deputado estadual do que como federal.

JC - Em 1998, o senhor anunciou que não seria candidato à reeleição à Câmara dos Deputados para disputar a Prefeitura de Bauru. Isso quer dizer que, em 2004, ano da próxima eleição municipal, o senhor não será candidato a prefeito, caso seja eleito à Assembléia? Tuga - Em 1998, como a decisão era que eu disputaria a Prefeitura de Bauru, eu não concorri a uma reeleição para deputado federal por entender que não era correto em se me elegesse abandonar o mandato. Sou contra isso. Já manifestei essa minha opinião ao longo de anos e anos. Não pretendo abrir mão dessa coerência. Saindo candidato a deputado estadual e me elegendo, vou cumprir o mandato. Isso é definitivo.

JC - Na última eleição municipal, o senhor somou cerca de 52 mil votos. Mas o objetivo era o Poder Executivo. Na eleição de outubro, o senhor busca uma vaga à Assembléia. A sua performance nas urnas deve ser mantida? Tuga - São eleições diferentes. Uma coisa é você se candidatar a um cargo majoritário e outra coisa é você se candidatar a um cargo proporcional. Para o cargo majoritário você depende de esforço de coligação, depende muito do seu esforço pessoal e da sua vocação. Quando você disputa um cargo proporcional, aí você depende do peso da chapa da qual você faz parte, depende de ter puxadores de voto, depende da coligação ou de um candidato majoritário que também puxe votos. No caso, a candidatura proporcional tem condicionantes mais coletivos. O resultado depende muito do desempenho coletivo. O desafio que tenho é retomar contatos e pontos de apoio na região. É óbvio que todos aqueles que vão se candidatar por Bauru vão depender, e muito, dos votos de Bauru. Agora, todos terão que buscar votos na região. É um desafio grande que tenho, já que não disputo eleição proporcional há quatro anos. Com relação a Bauru, a campanha de prefeito é recente. Acho que ainda hoje a população pensa e reflete sobre as propostas que fizemos e a proposta vencedora. Estabelece paralelos, avaliações. Isso, de uma forma ou de outra, nos mantêm próximo da população.

JC - Na eleição municipal passada, o senhor fez uma parceria política com o deputado estadual Carlos Braga. Esse trabalho em conjunto deve se repetir neste ano? Tuga - O apoio que eu tive do deputado Carlos Braga e do grupo político dele na campanha para prefeito foi muito importante. Eu aprendi a conhecer e a respeitar o deputado Carlos Braga. Ele foi extremamente honesto ao longo da campanha. Foi um bom companheiro de campanha. Não havia o mínimo compromisso nosso, até porque ele jamais solicitou ou reivindicou espaço numa possível administração. Não pediu cargos, não pediu compromissos de entregas, de favorecimento. Terminamos a campanha como pessoas que se conheceram durante o período eleitoral. Nos tornamos amigos e concluimos que seria muito bom poder estar junto no embate eleitoral deste ano. Agora, é óbvio que isso dependerá das coligações. Enquanto não houver a definição de coligações, nós estamos liberados para estar conversando, até para participarmos, juntos, de eventos. Definida a coligação, tanto ele como eu vamos respeitar a lei e as coligações. O que significa que se o PSB não estiver numa coligação que inclua o PTB, nós não poderemos falar em dobrar candidaturas.

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