Economia & Negócios

Novo preço da gasolina fica indefinido

Patrícia Zamboni
| Tempo de leitura: 3 min

Neste primeiro dia de novos preços vigorando para o litro da gasolina comum, ainda não é possível saber qual será a nova realidade em Bauru. Iniciado a zero hora de hoje, o reajuste - o segundo da Petrobras em apenas duas semanas, em decorrência da alta do valor do petróleo no mercado internacional - anunciado foi de 9,39% para as refinarias. Estima-se que o impacto para o consumidor gire em torno de 8,5% a 10%.

De acordo com empresários do setor de combustíveis, só será possível conhecer a nova média de preços entre os postos da cidade a partir de segunda-feira. A situação parece ter mexido tanto com a categoria - além, é claro, dos consumidores - que nem mesmo entre donos de postos existe uma avaliação homogênea.

Para o empresário Wagner Siqueira, a nova média de preços para a gasolina comum em Bauru deverá girar entre R$ 1,58 e R$ 1,61. Já o dono de posto e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro), Sebastião Homero Gomes, avalia que essa margem poderá variar de R$ 1,60 até R$ 1,70 (valor máximo).

“O mercado é que vai regular essa média pelo fato de ser liberado. A concorrência entre os postos sempre reserva surpresas. Além disso, uma mesma distribuidora pode fazer negociações diferentes entre os seus representantes”, diz Gomes.

Considerando que a média atual está, segundo Gomes, no patamar de R$ 1,49, se passar para R$ 1,60 será registrado um aumento para o consumidor de 7,38%. Se for estabilizada em R$ 1,64 - que seria o meio termo entre o menor e o maior preço previsto pelos empresários consultados pela reportagem -, o reajuste chegará a 10,06%.

De acordo com Gomes e Siqueira, as distribuidoras ainda não haviam definido, até ontem, o reajuste exato que seria repassado aos postos. O novo preço de custo da gasolina (que girava em torno de R$ 1,34) será conhecido de fato, segundo eles, somente no momento em que o primeiro pedido pós-reajuste for feito às empresas.

Mesmo assim, baseados no índice já divulgado de 9,39%, os empresários aletram o preço do litro nas bombas enquanto ainda estão trabalhando com estoque de “preço velho”. Segundo Gomes, essa prática seria inevitável para o equilíbrio das finanças.

“Isso é normal, caso contrário ninguém consegue corrigir seu capital. Se eu deixar dez mil litros de combustível no tanque e não mudar o preço antes de comprar uma nova remessa, certamente isso resultará em perdas significativas”, afirma o empresário.

De acordo com Siqueira, apesar dos cálculos sobre a nova média de valores que poderá vigorar na cidade, há casos em que o aumento pode ultrapassar o previsto. “Cada companhia repassa um custo. Então, dependendo do custo operacional de cada posto, pode haver casos em que o valor passe de R$ 1,61”, observa o empresário.

Em um dos postos consultados pela reportagem, de bandeira Texaco, o litro da gasolina, que até ontem era comercializado ao consumidor a R$ 1,49, a partir de hoje deve passar para R$ 1,60 (aumento de 7,38%).

Em outro, de bandeira Esso, onde o preço era de R$ 1,49, a previsão é de subir para R$ 1,59 hoje (aumento de 6,71%). Em outro, da Petrobras, de R$ 1,42 passará, possivelmente, para R$ 1,59 (crescimento de 11,97%).

Contudo, a “acomodação” de mercado a ocorrer nos próximos dias ainda pode gerar alterações e mais surpresas ao consumidor.

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