Com apenas seis meses praticando o esporte, avareense Juliely Ariad Oliveira Antonelo, de 14 anos sagrou-se no último domingo, em Indaiatuba, vice-campeã brasileira na categoria júnior de Luta de Braço. O campeonato serviu como eliminatória para o campeonato Mundial que será realizado em junho, na Bélgica e mesmo tendo ficado em segundo lugar, após os resultados a atleta recebeu a convocação.
Segundo Juliely, o chamado foi uma supresa que veio recompensar sua dedicação ao esporte. Apesar de tê-lo descoberto a pouco tempo, seus treinamentos diários compreendem três horas de exercícios voltados à luta e uma de trabalho aeróbico para manter a forma, seu maior desafio. A atleta compete na categoria até 52 quilos, mas para chegar aos 49 quilos de hoje, emagreceu dez nos últimos meses.
“Um quilo já faz diferença quando o assunto é força. A campeã Mara, além de pesar 52 quilos, tinha 17 anos e era mais experiente do que eu. Mas este é meu primeiro brasileiro.â€
Ela conta que o resultado agradou os técnicos Patrícia (Kika) Monteiro e Nilsinho Pereira ficaram satisfeitos com o resultado, dos seus nove atletas, todos conseguiram colocação, e têm grande expectativa para o Mundial.
Com isso, Juliely também conseguiu provar aos amigos, pais e ao próprio namorado, que também é lutador, que o braço de ferro não era apenas uma coisa passageira, ou “algo não femininoâ€. A atleta é bonita, vaidosa, e extremamente forte para sua idade, para conseguir isso ela é determinada e se priva das extravagâncias alimentares típica dos adolescentes: não come doce, nem frituras.
Preconceito
Até a primeira medalha, a lutadora conta que todo mundo tinha um certo preconceito e não botava muita fé, inclusive os pais Neuza e Miguel. Mas hoje, fazem de tudo pela revelação esportiva. Para competir no Brasileiro, ela teve o apoio da prefeitura de Avaré, do colégio Objetivo, onde estuda com bolsa e da academia Corpo em Movimento, onde treina. Agora ela busca novos patrocinadores para chegar à Bélgica e voltar com uma medalha.
Conselhos
Bauruense, o pentacampeão brasileiro e tricampeão mundial de luta de braço Fábio Manfrinato avalia que a equipe brasileira de juniores está bem mais forte e treinada e isso lhe dá chances de “detonar na competição. O grande desafio é a equipe russa, a maior potência no esporte, mas nossa equipe não está muito atrás, não.†O lutador aponta que o primeiro lugar é muito difícil, mas não descarta o pódio.
Para a estreante, Manfrinato, que disputou seu primeiro mundial em 97, na Índia e está se preparando para o mundial deste ano no Egito, aconselha: “a Juliely tem que estar com a cabeça numa boa e colocar em mente que no mundial vai encontrar diversos tipos de pessoas e ela precisa estar preparada psicologicamente para não ter medo e se intimidar com o adversário. Ao subir à mesa, ela tem que ter em mente só uma coisa: vencer.â€
