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Sindicatos aguardam resultado de negociações

Ricardo Polettini
| Tempo de leitura: 3 min

Os sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bauru e Região dos Trabalhadores Ferroviários de Bauru estão em plena negociação salarial e manutenção de direitos e benefícios. Enquanto o primeiro definiu reajuste de 9,5% para os trabalhadores da área de produtos de cimento, o segundo quer uma recomposição diferenciada por níveis, que varia de 2,5% a 75%.

O Sindicato da Construção lançou oficialmente em Bauru, na última quinta-feira, sua campanha salarial, iniciada no dia 4, em São Bernardo do Campo (SP). Na ocasião, os sindicalistas divulgaram a pauta de reivindicações no canteiro de obras do Hospital Regional. Esta semana, eles devem percorrer as principais obras da cidade para notificar os trabalhadores.

Neste mês a negociação é voltada para os operários da área de produtos de cimento, que tem data-base fixada em 1 de março. O reajuste reivindicado é de 9,5%, baseado no Índice de Preços ao Consumidor (INPC). Hoje o piso nessa área é de R$ 451,55 para mão-de-obra qualificada e de R$ 373,05 para auxiliares e serventes. O resultado da negociação deve sair em assembléia na próxima sexta-feira, dia 22.

Além do reajuste salarial, a categoria reivindica redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e manutenção dos principais benefícios, como a cesta básica e o café matinal.

O presidente do Sindicato em Bauru, Cláudio da Silva Gomes, se diz otimista, mesmo com a insistência do patronal Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon) em não negociar, uma postura que se estende há seis anos. Isso impede que seja fechada a convenção coletiva.

“O que temos buscado é o acordo diretamente com as empresas e tivemos sucesso em todas as negociações até agora”, diz Gomes.

Segundo ele, como os benefícios negociados no ano passado têm validade bianual, as cláusulas sociais praticamente permanecerão em vigência até 31 de abril de 2003. “Não vai ser fácil, porque a parte salarial normalmente é a que dá mais trabalho, mas temos convicção que vamos estabelecer a maioria das reivindicações”, afirma.

Ferroviários

Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários de Bauru reuniram-se com representantes da Novoeste, em Campinas (SP) na última quarta-feira, discutindo a pauta de reivindicações da categoria e fechando o calendário de negociações. A data-base da categoria é 17 de março.

Como o processo está atrasado, para garantir a negociação o Sindicato entrou com protesto judicial no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O requerimento foi deferido pelo ministro Almir Pazzianoto e os sindicalistas esperam que os diálogos entre trabalhadores e patrões se dêm dentro de um mês.

Na questão salarial, os ferroviários reivindicam uma recomposição na tabela por níveis. A proposta é que se reduza a diferença entre o maior e o menor salário.

Hoje, o maior salário da categoria é 9,5 vezes o valor do piso. A reivindicação é que esse índice caia para 5 vezes.

“Se elevarmos o piso para dois salários mínimos, como o maior salário de cerca de R$ 2 mil, estabelece-se todos os valores dentro dessa curva, que implica para alguns níveis um ajuste de até 75% e para outros, de 2,5%”, explica Roque Ferreira, presidente do Sindicato. O menor salário pago aos ferroviários hoje é de cerca de R$ 450,00.

Quanto às cláusulas sociais, Roque Ferreira diz que a posição do Sindicato permanece a mesma, ou seja, a de “não negociar direitos”. “O Sindicato não negocia banco de horas nem flexibilização de direitos. Estamos mantendo todos esses direitos desde 1996”, lembra.

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