Política

Itesp investigará grilagem no horto

Gilmar Dias
| Tempo de leitura: 2 min

O diretor-executivo da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Jonas Villas Boas, anunciou, ontem, o início de um processo de investigação para apurar a denúncia de que o horto florestal de Aimorés foi invadido por grileiros. O órgão é o atual proprietário da área, de 5,4 mil hectares, remanescente da Ferrovia Paulista S/A (Fepasa).

A denúncia foi feita pelo vereador Milton Dota Jr. (PTB) anteontem, durante sessão da Câmara Municipal. Segundo ele, parte do horto está ocupado com lavouras e gado e sendo desbravada na sua mata natural e artificial. Em alguns locais foram levantadas cercas. Sem citar nomes, o parlamentar garante que a invasão está relacionada à especuladores imobiliários. O Ministério Público do Estado foi informado do caso por Dota Jr.

A direção da Fundação Itesp já tinha conhecimento da situação. Villas Boas explica que a área está arrendada à empresa Celpav Celulose e Papel. “Se a denúncia se confirmar, vamos ter que rever o contrato com a companhia”, diz.

Para o diretor-executivo, o quadro denunciado configura possível quebra de contrato entre a Itesp e a empresa. “A arrendatária é obrigada a guardar a área sob sua responsabilidade.”

Ele conta que tem conhecimento de que está sendo realizada a retirada ilegal de madeira do horto. “Também existe uma ação de Uso Capião (ocupação de área por falta de reclamação de seu proprietário). O nosso jurídico já está avaliando a situação para tomar as providências necessárias.”

Villas Boas informa que nos próximos dias uma equipe de técnicos e advogados estará em Bauru para apurar a denúncia feita por Dota Jr. “Estamos preocupados com a situação. Afinal, mesmo arrendado o horto é de propriedade do Estado.”

O diretor-executivo afirma que não procede a informação de que a área está reservada para assentamentos de sem-terra, conforme relatou da tribuna da Câmara o parlamentar petebista. “A terra desse horto é composta de muita areia.”

Ele diz que há disposição da Itesp em repassar a área para o controle da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. “Essa vontade existe. Estamos vendo o que precisa ser feito juridicamente para efetuar o repasse”, finaliza.

A reportagem do Jornal da Cidade contatou a direção da empresa Celpav - arrendatária do horto - para se pronunciar sobre a situação, mas não obteve retorno.

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