Um grupo de pessoas que atravessa a avenida Nações Unidas, na altura da quadra 17, quase que diariamente está reivindicando a implantação de um semáforo nesse local da via. Formado por mães e pais de alunos de uma escola localizada próxima à Nações e moradores da região, o grupo alega que o risco de ser atropelado é muito grande. Neste ano, não foi registrado atropelamento com vítima grave nesse trecho da avenida, mas em 2001 um pedestre morreu no local.
Ontem, o grupo foi até a Empresa Municipal Urbano e Rural de Bauru (Emdurb), que prevê a instalação de radar eletrônico no local, cobrar a instalação do semáforo. “O radar não resolverá o problema. Para que a travessia seja segura, precisamos que os veículos parem, não reduzam a velocidade apenasâ€, explica a corretora Dalva Fátima de Aguiar, que tem uma filha de 12 anos que estuda no Higienópolis.
A assessoria de comunicação da Emdurb informou que apesar de existir o projeto do radar, será feito um novo estudo para verificar a viabilidade de implantação de semáforo no local, como querem os pedestres. A empresa fez o estudo no ano passado e concluiu que o número de pedestres que atravessa a avenida, comparado ao de veículos que transitam pela via, não justificava o semáforo.
Após a reunião, o grupo decidiu fazer um abaixo-assinado para ser endereçado à Emdurb pedindo o semáforo. Além de fazer o novo estudo sobre o fluxo de veículos e transeuntes, a Emdurb também vai rever a localização da faixa de pedestre da alça que dá acesso à Nações Unidas.
Dalva conta que se não fosse o risco da travessia da Nações, sua filha poderia ir e retornar da escola sozinha, de ônibus. “Ela vai à escola em dois períodos por conta das atividades extra-curriculares e eu tenho que ir buscá-la e levá-la todas as vezes. Já a acompanhei de ônibus e constatei que nos horários de pico do trânsito o risco de atropelamento é grande. Foram precisos de sete a dez minutos para atravessar a avenidaâ€, relata.
Paulo Henrique Carducci, coordenador pedagógico de uma escola localizada no Higienópolis, concorda com Dalva. Ele ressalta que alguns pedestres, para evitar a travessia da Nações, estão usando pelo viaduto da avenida Duque de Caxias, caminho alternativo que ele também acha muito perigoso. “Não são apenas os estudantes, mas também os moradores da região e clientes do supermercado e várias lojas localizadas na Nações que têm que atravessar a avenidaâ€, frisa.
A publicitária Sílvia Fraga, que também tem uma filha que estuda no Higienópolis, conta que a travessia da Nações é um sacrifício. “Eu moro na rua São Gonçalo, a poucas quadras da escola da minha filha, mas só para atravessar a Nações gasto vários minutos. Nos horários de pico é preciso até dez minutos para cruzar as duas pistasâ€, conta.
Os horários mais difíceis para a travessia, segundo o grupo, são das 12h30 às 13h e às 18h30. Sílvia frisa que mesmo aguardando por minutos o melhor momento para cruzar a Nações, ainda há risco. â€œÉ preciso atravessar a avenida correndo. Se tivesse um semáforo, minha filha poderia ir à escola sozinha. E esse é um problema de todas as pessoas que passam pelo localâ€, completa.
Acidentes
No ano passado, a Polícia Militar registrou 6.333 acidentes de trânsito em Bauru, que resultaram em 13 mortes. Desse total de acidentes, 250 foram atropelamentos, que também deixaram vítimas fatais. Um dos atropelamentos ocorreu na quadra 17 da Nações Unidas. A vítima, uma idosa, tentava cruzar a pista quando foi colhida por um veículo.
Em 2000, visando a redução de acidentes de trânsito, o que inclui atropelamentos, a Emdurb implantou radares e lombadas eletrônicos. O número total de acidentes por ano, que estava na casa dos 7 mil há três anos seguidos, caiu já em 2000, quando foram registrados 6.859.
No ano passado, o total de acidentes caiu um pouco mais, para 6.333. Além dos aparelhos eletrônicos, a Emdurb implantou semáforos para pedestres na área central da cidade.