O professor de farmacologia da Universidade do Sagrado Coração (USC), Dejair Caetano do Nascimento, informa que, a menos que o paciente seja diabético, os medicamentos amargos podem ser adoçados sem qualquer prejuízo ao seu efeito.
Porém, é preciso critério para melhorar o sabor dos remédios. Eles não podem ser misturados a qualquer coisa. A acidez dos sucos cítricos, por exemplo (laranja, limão, abacaxi), pode anular o efeito de certos tipos de remédio. O iogurte poderia prejudicar o efeito daqueles antibióticos que não combinam com o leite.
“Se o remédio é muito amargo, é preferível diluí-lo numa água com açúcar, que não tem problema. A menos que o paciente não possa receber açúcar, como no caso dos diabéticos. Aí, vai ficar amargo mesmo”, lamenta.
Indagado sobre a quantidade de água ideal para se ingerir um medicamento em gotas, Nascimento afirma que isso é indiferente. Algumas pessoas preferem pingar o remédio numa quantidade maior de água para amenizar o sabor amargo. Outras preferem diluir em menor quantidade de água e tomar um copo de água pura em seguida.
“Isso não faz diferença para a absorção do medicamento. Até porque, a quantidade de água que a pessoa vai tomar não é um volume tão grande. Ela vai ingerir, no máximo, um ou dois copos de água . Pode demorar um pouquinho mais para o organismo absorver, mas nada que impeça a pessoa de sarar”, ressalta.
Na opinião dele, quando um remédio é muito amargo, é até preferível adoçar, diluir ou até comer alguma coisa logo depois. “Principalmente para crianças. Se o gosto for muito desagradável, o paciente acaba vomitando e aí você perde o efeito do produto ou ele pode até abandonar o tratamento”, completa.