Bairros

Estudante toma remédio de amigo e passa mal na escola

Luciana La Fortezza
| Tempo de leitura: 3 min

Uma estudante de 14 anos da escola estadual Estela Machado foi socorrida ao Pronto-Socorro Central, anteontem pela manhã, após tomar dez pílulas de um remédio oferecido por um colega. Além dela e do garoto, uma outra estudante também ingeriu o medicamento e entrou em estado de letargia.

De acordo com o boletim de ocorrência, a menina aceitou o comprimido porque estava com dores no estômago, mas foi alertada pelo aluno que iria falar enrolado e ver algumas luzes.

“Depois de tomar o remédio, fui para a sala de aula e comecei a sentir muita vontade de rir. Não conseguia me controlar. Ria baixinho, com medo que a professora me mandasse para fora da sala. Só lembro disso. Depois acordei em casa”, relata a adolescente.

De acordo com a diretora do Estela Machado, Teresa Escareli Ferreira, que não presenciou o caso porque estava numa reunião fora da escola, o garoto teria sido encaminhado à diretoria porque também estava aparentemente dopado.

“Devido ao desmaio, acionamos o resgate e os pais imediatamente, mas a reação da mãe do aluno nos surpreendeu”, conta.

A responsável pelo garoto, conforme consta no BO, teria pego o frasco de remédios das mãos da vice-diretora, se dirigido ao banheiro e jogado os comprimidos no vaso sanitário. À noite, teria retornado à escola e informado que o remédio não passava de uma vitamina C.

Contudo, a garota que tomou o medicamento só acordou algumas horas depois, em casa, após receber soro no Hospital de Base, para onde foi encaminhada posteriormente.

“Ainda hoje (ontem) estou me sentindo mal. Estou inchada e vomitei o que ingeri”, diz.

O fato surpreendeu a mãe dela, que deve procurar uma psicóloga para se aconselhar. “Sempre falei para não aceitar esse tipo de convite. Já a repreendi pela atitude e conversamos bastante. Sabia que ela estava com dor de estômago e recomendei que ela pedisse dispensa da aula. O pior é que não sei o que ela ingeriu”, explica.

Como a estudante não se submeteu a exame de sangue, a substância não será identificada, até porque as pílulas foram dispensadas pela mãe do aluno, garante a genitora.

Providências

Para evitar problemas semelhantes, que segundo a diretora nunca foram registrados no Estela Machado, o caso será apurado com cuidado e balizará providências. “Já fazemos diversas campanhas, inclusive de combate às drogas, e devemos trazer para a escola o projeto da Polícia Militar (PM) Jovens Contra o Crime. Vamos continuar atentos”, informa.

A ocorrência também será apurada pela Polícia Civil, que vai ouvir os envolvidos e solicitar laudo ao hospital. De acordo com o escrivão chefe da Delegacia da Vara da Infância e Juventude (Diju), a ocorrência será levada ao juiz da Vara da Infância e Juventude, Ubirajara Maintinguer, que pode recomendar até a internação do menor.

Já o delegado da Diju considera prematuro indicar quais penalidades estão sujeitas a mãe do menino. O juiz informou que desconhece casos da mesma natureza em escolas.

Mesmo assim, a psicóloga Ana Cristina Ferreira recomenda que as mães fiquem atentas ao comportamento dos filhos e, em caso de mudança comportamental, procurem o adolescente para uma conversa. Caso o diálogo não seja frutífero, que busquem uma avaliação médica.

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