O contato com a natureza atrai diariamente dezenas de pessoas à pista de caminhadas do Horto Florestal de Bauru. Para quem freqüenta a trilha de terra localiza em meio às árvores, o espaço destinado à prática de exercícios deveria receber melhorias para que as condições oferecidas ao público fossem as ideais.
O advogado Antônio Parras conta que costuma caminhar pelo menos quatro vezes por semana no horto. “Eles poderiam jogar um pouco mais de cascalho na trilha, além de limpá-la. Também poderiam tirar os tocos de árvores que existem no meio da pista”, sugere.
Parras também reclama do estado de conservação dos aparelhos para exercícios abdominais. “Os dois equipamentos estão podres e quase quebrando. Seria algo simples e barato de arrumar, porque eles são feitos de troncos de madeira”, declara.
Ele cobra, ainda, um reforço na segurança do horto. “À tarde, sempre vem gente fumar maconha aqui”, relata.
Para o comerciante Kazu Tasato, o maior problema não está na pista, mas sim na altura da barra de flexões. “Gostaria que eles fizessem uma que fosse mais baixa”, diz.
Já o engenheiro Roberto Sanches pede que as folhas que caem das árvores e se acumulam na trilha sejam retiradas com mais freqüência. “Eles poderiam caprichar um pouco mais na limpeza”, diz.
Ele defende, porém, que qualquer mudança estrutural na pista respeite as características do horto. “É uma trilha no meio do mato e não se pode mexer muito nela, porque senão ela perde um pouco do aspecto de natureza”, argumenta.
Explicações
O chefe do Horto Florestal, José Carlos Bolliger Nogueira, afirma que a limpeza da pista de caminhadas é feita diariamente. Já a retirada dos tocos, segundo ele, é uma operação inviável. “Se você entrar com o trator para arrancá-los, machuca todas as árvores”, argumenta.
Nogueira diz que a administração do horto tem se esforçado para fazer a manutenção da infra-estrutura do horto, mas tem esbarrado nos atos de vandalismo. “O cano de saída de água do bebedouro, por exemplo, foi fechado com pinhas. Tentamos tirar com um ferro e acabamos encontrando pedaços de madeira enfiados lá dentro. Isso sem contar as torneiras, que foram arrancadas”, relata.
Ele conta que os banheiros também sofrem com a depredação. “As pessoas jogam pedras dentro do vaso sanitário”, declara.
Nogueira cita, ainda, o painel que mostra as atividades oferecidas no horto e que teve o vidro quebrado.
Sobre o reforço na segurança, a engenheira agrônoma do horto, Eliana Angerami, afirma que o governo estadual, proprietário da área, estuda a realização de concurso público para a contratação de mais vigilantes.
A área de lazer do local, que além da pista de caminhada e dos aparelhos para exercícios físicos conta ainda com campo de futebol, quadra, brinquedos infantis e quiosques, ocupa quatro dos 50 alqueires do horto.
____________________
Centro Educacional
A administração do Horto Florestal de Bauru tenta, há cerca de cinco anos, construir um centro de educação ambiental, orçado em R$ 180 mil. Segundo a engenheira agrônoma Eliana Angerami, o projeto aguarda a liberação de verbas estaduais para ser implantado.
A planta do centro educacional prevê a construção de sala para projeção de filmes, museu, copa e banheiro. “Recebemos a visita de escolas e oferecemos programas de educação ambiental, mas falta estrutura para recepcioná-los”, argumenta Angerami.
Ela explica que, atualmente, os visitantes se limitam a conhecer o horto, criado em 1928. “Eles percorrem uma trilha e nossos dois monitores mostram as principais espécies de árvores que temos aqui, fazendo as explicações em uma linguagem que as crianças entendam”, relata.