Bairros

De andar em andar

Rafael Tadashi
| Tempo de leitura: 3 min

Muito se debate sobre as diferenças entre morar em uma casa ou em um apartamento, as vantagens e desvantagens de um e outro. No entanto, pouco se fala sobre os prós e contras de habitar os primeiros andares, os apartamentos intermediários e os últimos andares de um prédio. Para descobrir quais as vantagens e desvantagens de cada andar de um edifício, o JC percorreu alguns bairros de Bauru.

Em geral, o andar de um prédio - além do preço e da localização do edifício, obviamente - é fator determinante na hora de decidir pela compra ou locação. Os primeiros andares sofrem perda de 5% a 10% no valor do imóvel se comparado com apartamentos dos andares mais altos.Os andares intermediários têm maior procura. “Algumas pessoas podem considerar negativo o fato de ser um pouco mais barato, mas outras podem justamente pensar o contrário. No mercado imobiliário, há oportunidades para todos os gostos e bolsos”, explica Paulo José Aiello, diretor de uma imobiliária.

De acordo com Milton Antônio de Barros, empresário e proprietário de uma administradora de condomínios, os primeiros andares têm maior incidência de barulhos vindos da rua, sujam mais facilmente e têm a privacidade comprometida caso o primeiro andar seja térreo. As principais vantagens são a facilidade de acesso à rua, o tempo de espera reduzido para utilizar o elevador e bombeamento de água mais eficiente.

O engenheiro agrônomo Juliano Piovezan Pereira, morador do primeiro andar de um prédio na Vila Universitária, diz que não vê nenhuma desvantagem no seu apartamento em relação aos outros andares. “Acredito que tive um pouco de sorte, porque meus vizinhos de cima não fazem barulho e a vista é boa, mas só vejo vantagens no primeiro andar”, diz.

Os andares intermediários, segundo especialista do mercado imobiliário, são os mais valorizados e agregam as vantagens tanto dos andares mais baixos quanto dos mais altos. “A incidência de sol e a ventilação são boas, não há insetos, não há barulho da rua como nos primeiros andares nem o barulho da casa de máquinas do elevador como nos últimos”, comenta Barros.

Quem mora nestes andares confirma as inúmeras vantagens. O engenheiro químico Antônio Celso de Mattos, 45 anos, e seus pais, Joaquim de Mattos e Nisse de Mattos, moram há 13 anos no 7.º andar de um prédio de 13 andares, localizado no Altos da Cidade. Tanto ele, quanto sua mãe, contam que sempre gostaram morar em andares intermediários para fugir do barulho da rua e por ser mais arejado e ter uma visão privilegiada da cidade. "Antes de mudar para cá, morávamos em no 8.º andar de um outro prédio. Não penso em morar em outro andar", garante Nisse.

Por fim, os últimos andares dos prédios são procurados por pessoas que buscam uma vista privilegiada e tranqüilidade, pelo menos no que diz respeito ao barulho da rua, do salão de festas e da área de lazer. “Os últimos andares têm muitas vantagens, como boa ventilação e vista privilegiada, mas também tem barulho da casa de máquinas do elevador, e o morador tem que aguardar mais tempo pelo elevador”, ressalta Barros.

No último andar também acontecem muitos fatos inusitados. Uma das vantagens dos apartamentos mais altos é o fato de que a maioria dos insetos não vai tão longe, mas, por outro lado, muitos moradores relatam a visita de morcegos em seus imóveis. Outro aspecto que só quem já morou em andares altos conhece é o barulho dos rojões, principalmente em dias de jogos de futebol, estourando bem perto dos ouvidos.

Outra moradora que praticamente só vê vantagens em morar no último andar é a professora aposentada Hília Santos de Arruda Campos. “Moro desde 1970 em prédios e sempre preferi andares altos. Gosto principalmente da paisagem e pelo fato de ser bastante arejado”, explica.

Comentários

Comentários