Tribuna do Leitor

Nazistas na Baixada Santista


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Durante a 2.ª Guerra Mundial, meu pai foi testemunha ocular da presença dos nazistas na Baixada Santista. Ele me contou os eventos que se seguem. Na entrada da baía de Santos, de cada lado, há dois grandes morros. Um deles pertence à Praia Grande e o outro ao Guarujá. A Fortaleza de Itaipu está instalada até hoje no morro da Praia Grande. No morro do Guarujá, no início do confronto bélico mundial não existia uma fortificação militar capaz de obstar o avanço do inimigo virtual em direção ao porto de Santos. Isto representava um verdadeiro calcanhar-de-aquiles, em termos estratégicos, para aquela época. O Ministério da Guerra resolveu, então, construir o Forte dos Andradas, no Guarujá.

Servindo como um 3.º sargento, meu pai foi destacado para liderar soldados que ajudariam na construção do novo forte. O Brasil, naquela época ainda permanecia como uma Nação neutra diante do conflito bélico gerado pelos germânicos. Só mais tarde é que Getúlio Vargas foi declarar guerra ao eixo Berlim-Roma-Tóquio. Isto porque submarinos nazistas passaram a torpedear e afundar navios brasileiros em alto-mar.

O material bélico a ser instalado no forte somente chegaria meses depois, quando as muralhas estivessem construídas. Daí ter o comandante de bateria recomendado para seus comandados que se defendessem como pudessem: com foices, facões de mato ou qualquer outro objeto.

Durante toda construção do forte, sub-marinos foram avistados emergindo perto do morro do Guarujá, ostentando a famigerada bandeira com a cruz suástica. Os nazistas, que ainda não estavam em guerra com o Brasil, jamais puseram os pés em terra firme. Mas só pararam de visitar a praia do forte quando os canhões foram definitivamente instalados nas muralhas.

Gilberto Sidney Vieira - professor- RG 3.476.358

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