Regional

Refinaria em fazenda de Gália servia para o tráfico internacional de drogas

Davi Venturino
| Tempo de leitura: 3 min

Depois de 21 anos sendo investigado pela Polícia Federal (PF), o empresário Floriano Nolasco da Silva Júnior, foi detido durante a Operação Ícaro deflagrada pela PF anteontem nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Duas refinarias de cocaína, uma em Pardinho e outra em Gália, foram desmontadas pelos policiais que apreenderam cerca de 200 quilos de pasta de cocaína, dezenas de armas, granadas e munições, que estavam no local.

Segundo o delegado, Fernando Francisquini, da coordenação de operação de fronteiras da PF, o empresário Floriano Nolasco da Silva Júnior já estava sendo investigado há mais de duas décadas pela polícia e respondia dois processos na Justiça por suspeita de tráfico internacional de entorpecentes.

Além de Nolasco, a PF também prendeu o proprietário da fazenda Santa Tereza, Luís Carlos Daniel, conhecido como Luciano Bristol, e mais cinco integrantes da quadrilha que trabalhavam na refinaria instalada em Gália, entre eles uma mulher. Segundo a polícia, nenhum deles era da região.

“Essa é uma investigação de vários anos da PF. Trata-se da maior operação de combate ao tráfico internacional de cocaína já deflagrada na região. Nós temos dois ícones (do tráfico) investigados pela PF”, infomou o delegado. “Com os líderes nós temos oito pessoas presas, entre elas nós destacamos o Floriano Nolasco e o Luciano Daniel, que já eram acompanhados pela PF há vários anos também. Ele tinha mandado de prisão expedido pela Justiça em razão de 800 quilos de cocaína que nós pegamos meses atrás em Rio Claro e sabíamos que ele era o maior fornecedor de cocaína do País hoje”, conclui.

A Operação Ícaro da PF foi deflagrada por volta das 16h de anteontem simultaneamente nos três Estados e culminou com a prisão de, pelo menos, oito pessoas até ontem. Enquanto a PF “estourava” as refinarias utilizadas pelo tráfico, ao mesmo tempo eram cumpridos os mandados de busca e de prisão de integrantes da quadrilha em outros Estados.

Cerca de 200 quilos de pasta de cocaína e grande armamento foram apreendidos durante a operação que contou com o apoio de cerca de 100 homens dos setores especiais da PF, que participaram das investigações.

A refinaria de Pardinho estava funcionando há cerca de dois anos, na fazenda Diamante. A quadrilha pretendia mudá-la para outro lugar, antes de ser descoberta. Cerca de 50 quilos de pasta base foram encontrados na fazenda.

A refinaria de Gália, por sua vez, funcionava há apenas 10 dias na fazenda Santa Tereza. Em torno de 150 quilos de pasta base de cocaína foram apreendidos nesta refinaria. “Neste local estavam cinco pessoas trabalhando, entre elas um químico, dois seguranças e a chefia da organização, que com a sua entrada na fazenda gerou o desencadeamento da operação”, explica Francisquini. Houve troca de tiros durante a operação, mas ninguém ficou ferido, segundo a polícia.

Nolasco foi preso em sua residência, em Santa Catarina, e levado pela PF até Gália, ontem, por um helicóptero. Da cidade, todos os integrantes da quadrilha detidos foram transferidos para a Polícia Federal de Bauru.

Segundo a polícia, o dinheiro era “lavado” através de empresas de fachada como construtoras e factoring e também na compra de imóveis de alto valor ou veículos de luxo e aeronaves.

Os acusados serão indiciados por tráfico internacional de drogas, tráfico internacional de armas, associação para o tráfico e por lavagem de dinheiro.

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