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Irmãs passam a dividir administração da USC com instituição do Chile

Thatiza Curuci
| Tempo de leitura: 4 min

A Universidade do Sagrado Coração (USC), tradicional instituição de ensino de Bauru que tem 5.542 alunos entre graduação e pós-graduação, já não é mais administrada somente pelas irmãs dos Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Agora, as religiosas dividem a direção da universidade com a International Council of Universities of Saint Thomas Aquinas (IC-Usta), uma instituição chilena que administra uma rede de 32 universidades, com mais de 500 mil alunos, em 20 países dos cinco continentes. A mudança na administração na USC havia sido adiantada pelo JC em matéria publicada no último dia 15.

O chileno Rodrigo Rocha Vera é no novo chanceler-delegado da USC. Ele foi nomeado no mês passado e a partir de agora divide as decisões da gestão acadêmica administrativa com a reitora irmã Elvira Milani. O novo chanceler-delegado será responsável pelas áreas financeira, acadêmica e administrativa da universidade. Acompanhará, inclusive, as auditorias de contas da instituição.

A nomeação de Vera ao cargo foi possível através de um convênio assinado entre a USC e do International Council of Universities of Saint Thomas Aquinas (IC-Usta). O chanceler assume o cargo em um momento que a USC tem como desafio diminuir a inadimplência dos alunos – problema que afeta grande parte das universidades particulares do país. “A USC não recebe verbas públicas e, por isso, se mantém com orçamento próprio oriundo do pagamento das mensalidades dos alunos. Por isso, a importância de diminuirmos a inadimplência”, explica a irmã. No primeiro semestre deste ano, a USC contabilizou 9% de inadimplentes.

O chanceler também terá papel de rever os custos da instituição, com intuito de diminuir os gastos desnecessários. Recentemente, a USC fechou temporariamente duas clínicas da saúde do câmpus. “Tivemos redução do número de alunos de odontologia. Então, percebemos que seria desnecessário deixar as duas clínicas em funcionamento. Mas isso não impede que sejam reabertas no futuro”, afirma Milani.

Ontem, durante entrevista à imprensa, Vera descartou a possibilidade da universidade ser vendida. “Existem especulações sobre a venda da USC, mas quero deixar bem claro que não está nos nossos planos”, garantiu.

Questionado se o chanceler-delegado vai rever contas antigas da universidade, ele respondeu negativamente. “Nas contas antigas, já foram feitas auditorias. Mas, uma vez que assumi o cargo, certamente acompanharei as auditorias futuras”, esclareceu.

Segundo Milani, a USC passa por um momento de revitalização. “A presença do chanceler será importante para traçarmos um plano de ação. A USC quer captar novas idéias”, explica a irmã.

Apesar do convênio entre a USC e o Ic-Usta, Vera nega que exista qualquer investimento financeiro de uma instituição na outra. “O nosso interesse é de cooperação, de intercâmbio de docentes e de informação”, afirma. Ele exemplifica dizendo que a USC e o instituto internacional realizarão pesquisas acadêmicas em conjunto.

O plano de ação será colocado em prática nos próximos cinco anos. “O maior salto que pretendemos dar é na experiência para a educação. É uma troca de informações que certamente trará maior visibilidade para a USC”, afirma Vera.

Antes da nomeação do novo chanceler-delegado, o cargo era ocupado pela madre Mary Clare Millea, que mora em São Paulo. Como Vera mora em Bauru, a instituição aposta na maior proximidade dele para resolver os assuntos das áreas financeira, acadêmica e administrativa. A chancelaria é um órgão do Instituto Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, mantenedor da USC.

Chileno

O novo chanceler-delegado da USC, Rodrigo Rocha Vera, é também vice-reitor de projetos internacionais da Universidade Santo Tomás, fundada em 1975, no Chile. Ele mudou-se para Bauru recentemente e vai permanecer na cidade enquanto estiver ocupando o cargo.

Empenhado em entender a língua portuguesa e ser entendido pelos brasileiros, Vera foi acompanhado de uma intérprete na entrevista à imprensa.

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Alunos

As alunas Daniela Verardo e Mariana Lemos estão no primeiro ano do curso de nutrição da USC e pagam R$ 1.200,00 de mensalidade. Sabem da dificuldade de alguns alunos de pagar em dia o valor cobrado e reclamam do número de taxas que a universidade tem.

“Principalmente alunos que estão nos últimos anos de estudo que enfrentam mais dificuldade para pagar a mensalidade”, relata Daniela.

“Eles cobram taxa para tudo. Se atrasar a entrega de livros ou precisar trancar uma matéria, tudo é cobrado”, conta Mariana.

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