Muitos bauruenses que moram em bairros distantes do Centro não puderam participar das festas em comemoração ao aniversário de Bauru. Os horários escassos de ônibus no feriado tornaram difícil a locomoção até os eventos, que aconteceram principalmente no Parque Vitória Régia. Mesmo assim, na manhã de ontem, os moradores do distrito de Tibiriçá tiveram a oportunidade de se divertir no 1.º Concurso de Pipas, evento promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, (SMC) que faz parte das comemorações aos 111 anos da cidade.
Quarenta pessoas, de todas as idades, se reuniram às 10h no Centro Rural para concorrer nos quesitos pipa mais bonita, maior e menor, com premiações em medalhas para primeiro, segundo e terceiro lugar. Fabio Feitosa Baptista, 22 anos, se esforçou para vencer nas três categorias, mas não teve muita sorte. A pipa que concorreria como a mais bonita ficou enroscada em uma árvore e ele estava com dificuldade para empinar as outras.
Sua pipa menor, apesar do forte vento, não conseguia ficar 20 minutos no ar, ao contrário da maior que, caso Fabio soltasse, se perderia no céu. “Não sei não, é capaz que ela quebre inteira”, observou, tentando domar sua pipa gigante.
O concurso também atraiu a atenção de adultos como Wilson Xaier Leizico, 54 anos, que concorria no quesito maior pipa. “Eu sempre gostei de fazer papagaios grandes. Uma vez, confeccionei um lindo para o meu filho e acabei usando como abajur no quarto dele”, lembra Wilson, que sabe admirar a beleza dessa brincadeira. “Isso sim é brincar, apreciar o colorido bonito das pipas”, ensina. Ele diz nunca ter usado cerol. “Cortar a linha do outro tira o brilho da festa”, opina.
A organizadora do evento, Marcia Atanazio de Sousa, responsável pelas bibliotecas ramais da SMC, disse que o objetivo do concurso era chamar a atenção para a forma correta de soltar pipa. “Conscientizamos que esse negócio de cerol, que é tão perigoso, está fora. Soltar pipa deve ser uma brincadeira saudável, que usa a imaginação e a criatividade”, afirma.
Marcia também destacou a importância realizar eventos em regiões distantes do Centro de Bauru. “Aproveitar o bom espaço que temos ao ar livre é uma forma de fazer alguma coisa para o povo daqui, que fica num bairro tão esquecido”, observa Marcia, que também pretende promover outros eventos culturais e esportivos em Tibiriçá, por meio da SMC, como um passeio ciclístico que deverá ser realizado em setembro.
____________________
Cerol não é brincadeira
No início do campeonato, policiais militares reuniram os participantes para uma breve palestra contra o cerol. Aqueles que usassem o preparado cortante, que pode causar ferimentos graves e até matar, seriam desclassificados.
João Vitor Cassiano Basílio, 13 anos, desconhecia os perigos do cerol. “Agora vou tomar cuidado, não vou usar”, garantiu, feliz com sua pipa branca e preta, como um autêntico corintiano. ”Estou concorrendo como a mais bonita”, gabou-se de sua obra, que representa as cores de seu time.