São Paulo - O colombiano José Omar Feliciano Alfonso, 46 anos, foi preso na noite de anteontem, em Sorocaba (100 quilômetros de SP). De acordo com o delegado seccional da cidade, André Moron, o colombiano é traficante de drogas do cartel de Diego Montoya, rival de Juan Carlos Abadía, preso em agosto na Grande São Paulo por suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico.
Alfonso foi preso e autuado em flagrante quando iria receber 15 quilos de cocaína de um casal de Guajará-Mirim (RO), também preso. Ele é procurado pela polícia colombiana por tráfico de drogas e homicídio. O colombiano portava dois documentos de identidade - um com o nome José Omar Mendéz, boliviano. Começou a ser investigado há três meses.
A delegada Simona Ricci, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Sorocaba, disse que Alfonso não tinha residência fixa, mas atuava na região e estava comprando imóveis em Araçoiaba da Serra (117 quilômetros de SP). “Ele é fazendeiro e disse que queria criar gado no Brasil para lavar dinheiro do tráfico, enriquecer e se mudar para a Europa.”
A mulher de Alfonso, Marcia Fernandez Barba, também foi presa na noite de terça-feira, em um flat em São Paulo. Segundo Ricci, há provas de que a mulher está envolvida nas negociações do marido.
Segundo a polícia, Alfonso queria implantar no país uma nova rota de tráfico, a partir de Guajará-Mirim, cidade que faz fronteira com a Bolívia. “A droga entraria na cidade de barco, passaria por Mato Grosso e depois chegaria a São Paulo”, afirmou a delegada.
O colombiano, segundo a polícia, ficará em um presídio para estrangeiros em Itaí (301 quilômetros de SP) até que sejam feitos contatos com a Interpol (polícia internacional) e com as polícias da Bolívia e da Colômbia.
Em 2005, Alfonso foi preso na Bolívia com mais de 112 quilos de cocaína em um avião monomotor. De acordo com Ricci, na prisão ele foi acusado de ser mandante do assassinato de três comparsas que também estavam presos e não chegaram a ser julgados. Há pouco mais de um ano, Alfonso foi solto por falta de provas. “Ele disse que estava muito visado na Bolívia e que por isso veio para o Brasil”, disse a delegada.