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Dr. Automóvel: Sistema de iluminação

Consultoria: Marcos Serra Negra Camerini*
| Tempo de leitura: 4 min

Os automóveis modernos têm dois sistemas de iluminação: um interno e outro externo. Sua finalidade e aplicação são óbvias demais para serem detalhadas, mas tem coisa que nem todos conhecem. Vamos começar pela iluminação externa, que visa prover luzes tanto para enxergarmos melhor quanto para sermos vistos melhor ainda. Todo o sistema elétrico de iluminação externa segue rígidas normas de segurança e de trânsito, quanto ao seu posicionamento e função. As lâmpadas de lanternas seguem padrões de encaixe em soquetes para evitar sua instalação incorreta e garantir perfeita conexão elétrica. Isto porque existem lâmpadas de um ou dois pólos, e os soquetes precisam ser adequados para impedir a montagem da lâmpada errada. Em carros de passeio, as lâmpadas de lanterna ou posição são sempre 12V com 5W de potência, o que permite mantê-las acesas sem causar ofuscamento nos outros. Já as lâmpadas das luzes de freio, de direção e ré são 12V com potência de 21W, bem mais fortes justamente para chamar a atenção. Em carros com lanternas traseiras de múltiplos refletores, cada função tem seu próprio refletor e o mais comum é o uso de lâmpadas de filamento simples, ao passo que em lanternas mais simples temos um mesmo refletor em uso tanto para lanterna quanto para freio, por exemplo. Neste caso, usam-se lâmpadas de 2 filamentos e 2 pólos, sendo um de 5W e outro de 21W. O soquete para este tipo de lâmpada tem um encaixe que não permite que os pólos sejam montados invertidos, evitando assim que se use a potência errada da lâmpada. Já as lâmpadas de farol, muito mais fortes, são montadas diretamente dentro do refletor do farol. Também podem ser de um ou dois filamentos e seu encaixe é próprio para cada farol, também obedecendo a normas internacionais. Podem ser de encaixe tipo H1, H2, H4, H7, conforme o projeto do farol e do refletor. Alguns faróis mais elaborados usam uma lâmpada de 12V e 55W para o farol baixo e outra lâmpada de 12V e 60W para o farol alto, este associado ao lampejador. A maioria porem usa um refletor único com uma lâmpada de 2 pólos, para ambas as funções baixo e alto. Cada filamento tem uma posição muito precisa dentro da lâmpada, pois é esta precisão que providenciará o foco adequado no refletor. O filamento mais à frente proverá o foco para a luz alta, refletida para frente, ao passo que o filamento mais recuado é deslocado para baixo do eixo central e fará com que a luz seja refletida de cima para baixo, gerando o facho baixo. Esta lâmpada é designada como 12V e 55/60W, e sua montagem impede que os fachos sejam trocados. A regulagem da altura e alinhamento dos faróis é feita através de parafusos na carcaça dos faróis e não nas lâmpadas.

O sistema interno de iluminação é não menos importante, pois fornece luz para diversos acessórios e itens de conforto. Ao abrirmos as portas de noite, ou mesmo o porta luvas ou porta malas, somos recebidos com uma agradável e útil lâmpada auxiliar. Seu circuito pode permitir seu funcionamento ou não de acordo com várias circunstâncias. O circuito interno de iluminação permita ainda que o sistema fique ligado sempre, desligado ou no funcionamento automático. O painel de instrumentos é um caso a parte, com toda sua iluminação específica. Além da iluminação propriamente dita, ainda tem luzes espia e indicadores que precisam ser visíveis tanto de dia quanto de noite. No velocímetro encontram-se a maioria das luzes espias, que se acendem todas por alguns segundos ao darmos a partida, de forma que possamos checar se estão em funcionamento ou queimadas. Como são indicativas de eventuais ou potenciais problemas de motor ou de sistemas do veículo, este é um fator de segurança. Os instrumentos do painel têm uma iluminação por trás (back light) que geralmente pode ser graduada em intensidade, de acordo com o gosto do usuário. Os botões do painel têm indicação gráfica visível durante o dia, mas que precisam de iluminação extra durante a noite, e luzes internas realçam e dão beleza ao painel. Todo o sistema elétrico do veículo é protegido por fusíveis. Se uma lâmpada não estiver funcionando, devemos primeiramente verificar o fusível adequado se está queimado ou não, e providenciar sua troca se necessário ou então, reparar o circuito. Nunca trafegue com lâmpadas queimadas, pense na sua segurança.

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* Marcos Serra Negra Camerini é engenheiro mecânico formado pela Escola Politécnica da USP, pós-graduado em administração industrial e marketing e engenharia aeronáutica, com passagens como executivo na General Motors (GM) e Opel. Também é consultor de empresas e é diretor geral da Tryor Veículos Especiais Ltda. Seu site é www.marcoscamerini.com.br.

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