São Paulo - O escritor e terapeuta Roberto Freire, criador da somaterapia, baseada nas teorias psicanalíticas do austríaco Wilhelm Reich (1897-1957), morreu na noite de anteontem aos 81 anos, em São Paulo. A notícia foi divulgada ontem.
Em respeito a um pedido deixado em carta por Freire, não houve cerimônia fúnebre, e seu corpo foi cremado ontem, no cemitério de Vila Alpina. A família não divulgou a causa da morte. Freire tinha três filhos: Pedro, Paulo e Roberto.
Trajetória
Roberto Freire nasceu em 1927, em São Paulo. Formado em medicina com especialização em psiquiatria, teve também uma presença marcante na vida intelectual e cultural brasileira, atuando como escritor, dramaturgo, cineasta, roteirista de TV etc.
Além dos livros ligados à sua “filosofia do tesão” e à Soma, como “Sem Tesão Não Há Solução” e “Ame e Dê Vexame”, Freire alcançou grande sucesso com o seu primeiro romance, o best-seller “Cléo e Daniel” (1966), adaptado por ele mesmo para o cinema em 1970.
Na televisão, Freire escreveu para o programa “TV Mulher”, a minissérie “Obrigado Doutor”, e ainda os primeiros capítulos da novela “O Amor É Nosso”, de 1981, todos na Globo.
Como jornalista, escreveu para as revistas “Realidade” e “Caros Amigos”, entre outros. No teatro, Freire lecionou na Escola de Arte Dramática (EAD) a convite de Alfredo Mesquita, dirigiu espaços como o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e o Teatro da Universidade Católica de São Paulo, o Tuca, vindo a conviver com Sábato Magaldi, Antunes Filho, Flávio Rangel, Plínio Marcos, Flávio Império etc.
Em 2003, aos 77 anos, Freire lançou sua autobiografia “Eu É um Outro”.