Regional

Cidades estudam rota alternativa para evitar o pedágio na Marechal Rondon

Davi Venturino
| Tempo de leitura: 3 min

Botucatu - Foi aprovado, na última sessão da Câmara de Botucatu, um requerimento de autoria de todos os vereadores, que solicita aos prefeitos de Botucatu e de São Manuel que efetuem estudos e informem sobre a possibilidade de pavimentar a estrada “José Gomes Pinheiro”, conhecida como “Estrada de Toledo”. O pedido dos parlamentares tem o objetivo de criar uma rota alternativa entre as duas cidades, facilitando o fluxo de pessoas que serão prejudicadas com a implantação da praça de pedágio no quilômetro 261 mais 12 metros da rodovia Marechal Rondon (SP-300).

De acordo com os parlamentares, existe descontentamento dos munícipes com relação à instalação do pedágio. Eles alegam que a medida vai trazer prejuízos à economia e ao desenvolvimento da região, pois inúmeros estudantes, trabalhadores e cidadãos circulam entre os dois municípios. Estima-se que chegue a três mil pessoas o fluxo diário de São Manuel a Botucatu.

Dessa forma, eles acreditam que a “Estrada de Toledo” – paralela à Rondon - servirá como rota alternativa entre as cidades. Mas para isso é necessário pavimentar a estrada municipal, que atualmente é de terra. Segundo o vereador Luiz Aurélio Pagani (PT), esta estrada (de 19 quilômetros) é muito utilizada atualmente por produtores rurais da região dos bairros Vista Alegre e Faxinão. A rota alternativa, segundo ele, aumentaria em apenas um quilômetro o trajeto entre as duas cidades em comparação com o trajeto pela Rondon.

A preocupação é tanta que vereadores dos dois municípios chegaram a ir até São Paulo, na semana passada, com o propósito de conversar com o secretário em exercício da Secretaria dos Transportes do Estado, Sílvio Aleixo, e tentar reverter a implantação da praça de pedágio.

A visita, no entanto, foi em vão. Mesmo os parlamentares argumentando e enumerando os prejuízos que a praça poderá trazer para a economia da região, o secretário em exercício afirmou que a sua implantação já é uma realidade e que a cobrança de R$ 3,20 terá início no mês de outubro.

“Como a medida é irreversível, temos que estudar medidas que, pelo menos, aliviem o impacto para a população que necessita se deslocar diariamente entre Botucatu e São Manuel. Por isso, estamos solicitando aos prefeitos de ambas as cidades que estudem a possibilidade de pavimentar a estrada José Gomes Pinheiro”, informam os vereadores.

O vereador Pagani explica que o dinheiro para pavimentar a estrada municipal poderia vir de um fundo a ser criado entre os dois municípios. “Botucatu e São Manuel vão receber o ISS (Imposto Sobre Serviço) da arrecadação da praça de pedágio que vai ter na Marechal Rondon Leste, que dá mais ou menos R$ 1,8 milhão ou R$ 2 milhões para Botucatu e mais um tanto para São Manuel”, diz. “É um dinheiro novo, que não está no orçamento das cidades e que poderia ser utilizado para fazer um fundo para fazer a pavimentação da estrada”, confirma.

A solução encontrada pelos dois municípios, no entanto, esbarra em outro problema que surgiria com a implantação da estrada alternativa. A via municipal também serviria de desvio para os veículos de outras cidades que pretendessem fugir da praça de pedágio da Rondon. “Os carros com placas de Botucatu e São Manuel não pagariam pedágio e os outros carros que utilizassem essa estrada municipal, futuramente a gente estudaria a colocação de um pedágio municipal para fazer a cobrança”, prevê o vereador.

O requerimento dos vereadores foi direcionado ao prefeito de Botucatu, João Cury Neto (PSDB) e ao prefeito de São Manuel, Tarcílio Baroni Júnior (PSB). Eles têm 15 dias para darem uma resposta sobre a proposta dos vereadores.

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