Bairros

Apagão de 1999 foi atribuído a raio em subestação de energia em Bauru

Por Tisa Moraes | 11/11/2009 | Tempo de leitura: 2 min
Redação

O maior apagão que deixou às escuras o País ocorreu em março de 1999 atribuído a um suposto raio na subestação de Bauru. A justificativa nunca foi levada a sério e, após mais de sete anos, um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu que o blecaute, considerado o maior do Brasil em número de pessoas atingidas, não foi provocado pela queda de raio, mas o estudo manteve o mistério porque não apontou a causa do blecaute.

Em 1999, cerca de 31 milhões de pessoas em dez Estados ficaram no escuro das 22h16 do dia 11 de março até 4h15. A explicação anterior para o apagão era de que uma descarga atmosférica havia atingido um equipamento da subestação da Companhia Energética de São Paulo em Bauru, o que teria desligado a potência equivalente a 20 mil megawatts.

Diversas linhas ligadas à subestação foram sendo desligadas, provocando uma grande oscilação no sistema e culminando no blecaute, ou seja, num efeito cascata, que acabou atingindo vários Estados. Sem saber o que estava acontecendo, a população, tanto de Bauru quanto das demais cidades atingidas, começou a ficar preocupada quando a energia não era restabelecida com o passar dos minutos.

Em busca de informações, as pessoas ligavam para os serviços de emergência, como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além das companhias de energia e órgãos de imprensa, sem encontrar resposta para o blecaute. Os semáforos pararam de funcionar e houve congestionamentos recordes em São Paulo. Em algumas localidades, a energia só foi restabelecida nas primeiras horas do dia 12.

Estudo do Inpe divulgado pelo JC neste ano desmente a versão divulgada pelas autoridades do setor elétrico na época do blecaute, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para chegar a essa conclusão, o Inpe usou um programa que indica a probabilidade de um raio não-identificado pela rede nacional que detecta esses fenômenos ter ocorrido em local e horário determinados.

Após analisar os dados meteorológicos do dia do blecaute (11 de março de 1999), o programa mostrou ser zero a chance de um raio ter atingido a região. O ministro de Minas e Energia na época do blecaute, Rodolpho Tourinho, minimizou as conclusões do estudo. “O importante era detectar as causas e tomar providências. Isso foi feito”. Ele negou que o governo tenha mentido. Disse que a informação sobre o raio partiu do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O órgão e o ministério não comentaram o estudo.

O Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp (IPMet) informou, na ocasião, que por volta de 21h10 do dia 11 havia uma célula chuvosa de intensidade moderada forte, vinda da região de Avaré, e uma outra, menos intensa, vindo de Marília, se aproximando de Bauru. Elas perderam força a cerca de 50 km de distância, mas alguns raios podem ter atingido a cidade.

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