A evolução tecnológica nos leva a outras fontes de energia menos danosas ao meio ambiente, seja na sua obtenção ou em seus efeitos colaterais. A busca pela chamada “energia limpa” é a grande meta dos desenvolvedores de tecnologia automotiva mundiais.
Os motores a explosão tradicionais têm mais de 100 anos de contínuo desenvolvimento tecnológico e hoje convertem muito mais a energia do combustível em potência, com menor consumo. Basta lembrar que um motor Opala 6 cilindros antigo tinha uma cilindrada de 4.100cc (relembrando que “cc” é a abreviatura para “centímetros cúbicos” e não para “cilindros”, como alguns ainda insistem em chamar nos anúncios classificados como “Opala 6cc”...), que tinham uma potência de apenas 135 CV (mas um torque cavalar...), potência esta hoje superada por quase todos os motores 2.0 modernos com muito menos consumo.
Apesar do uso generalizado de injeção eletrônica, catalisadores e eletrônica embarcada, os motores ainda queimam - em sua grande maioria - combustíveis fósseis, que geram poluição. O Brasil desenvolveu tecnologia própria para queimar o etanol, que é um combustível renovável por ser plantado, e não extraído. Mesmo assim, geramos emissão de carbono na atmosfera.
O objetivo final para o futuro é termos motores elétricos que não gerem resíduos poluentes e que sejam acessíveis e práticos. Temos praticamente toda a tecnologia motriz elétrica já bem desenvolvida, mas esbarramos na geração ou na armazenagem da energia elétrica para tocar o motor. As baterias atuais são muito ineficientes e pesadas, ou seja, ocupam grande espaço físico, pesam muito e seguram pouca carga, dando baixa autonomia e rendimento aos automóveis. Mas isto virá com o tempo, chegaremos lá com certeza.
Como forma intermediária deste contínuo desenvolvimento, foram desenvolvidos os veículos híbridos, que nada mais são do que veículos com dois motores sendo um convencional a combustão e outro elétrico. Dependendo da situação, pode-se usar um ou outro ou mesmo os dois simultaneamente. Graças ao motor elétrico, os motores a combustão interna podem ser bem menores do que o usual para aquele modelo de carro. Na aceleração, o motor elétrico auxilia o pequeno motor a combustão na força de tração. Além de ajudar na tração, o motor elétrico ainda permite que o pequeno motor convencional seja desligado quando o trânsito parar, economizando combustível e gerando menos emissões.
Estes veículos híbridos usam uma cadeia ecológica energética, que inclui diversos sistemas e situações de rodagem. Na maioria das vezes, o motor a combustão é acionado pelo elétrico. Assim, o carro começa a rodar movido pelo elétrico e o motor convencional é acionado em sequência. Mas este dispõe de um motor de arranque convencional, no caso das baterias estarem fracas ou de falha no motor elétrico.
Nas desacelerações ocorre um corte no combustível e o motor a combustão para de funcionar, enquanto que o motor elétrico passa a atuar como um gerador acionado pelo movimento inercial das rodas do veículo, recarregando as baterias. Quando a rotação do motor cai abaixo dos 1000 RPM, o motor elétrico deixa de gerar energia como gerador e coloca o carro em ponto morto. Assim que soltar o pedal do freio e uma marcha for engatada, o motor a combustão volta a funcionar e traciona o veículo novamente.
Na aceleração ou em situações de necessidade de mais força, como em subidas, por exemplo, o motor elétrico atua junto com o motor a combustão suprindo a força extra necessária. Pra isto, consome a energia armazenada nas baterias. Este dreno de energia é gerenciado por sensores que a liberam proporcionalmente à necessidade, dependendo da carga solicitada e da pressão do pedal do acelerador.
Quando em velocidade de cruzeiro, o motor a combustão é quem move o veículo sem a necessidade de estar à plena carga, destinando parte de sua energia para movimentar o motor elétrico, que passa a funcionar como gerador recarregando as baterias.
Assim, cria-se um ciclo quase ideal de recuperação energética, o que viabiliza o carro híbrido como meio eficiente e limpo para deslocamento e transporte, com autonomia viável.