Tribuna do Leitor

Se fosse comigo eu faria diferente


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Às vezes, vemos situações no nosso dia a dia em que paramos e julgamos, dizendo que é um absurdo ou que nunca faríamos isso. Será? Alguns casos assim irei enumerar e exemplificar o que quero dizer. São vários tipos de si-tuação. De normais a absurdas.

Uma mulher andando de baixo de sol forte com um nenê no colo. Já ouvi muitas vezes pessoas dizendo: "Nossa, que absurdo, que mãe irresponsável. Será que não percebeu o sol forte." Muitas vezes aconteceu isso e eu nunca ouvi nenhuma pessoa dizer que aquela "mãe" poderia não ter uma outra opção. Ou a necessidade da situação na qual ela está passando não ter como ir atrás de algo diferente. Pense você que, às vezes, não é todo mundo que tem um carro ou uma pessoa pra dar um apoio naquele momento.

Uma pessoa que respondeu a outra com uma falta de respeito muito grande diante de uma pergunta simples. Bem, isso é a coisa mais normal do mundo. Quem nunca viu essa situação? O que geralmente ninguém vê foi o que a pessoa tem passado pra que uma simples pergunta possa causar uma verdadeira "guerra". Mas aí alguém chega e fala: "Eu nunca respondi assim a ninguém". Vai ver que você também nunca passou pelo que a pessoa está passando.

Uma pessoa que "conheço" viu na rua um homem batendo com muita raiva em uma criança. Quem viu, a situação disse que realmente a criança apanhou muito e o que ouvi foi o mesmo: nunca se deve bater em ninguém daquele jeito. Com isso, eu vou concordar. Nunca se deve bater um ninguém com violência. Mas também nunca podemos julgar a situação. O que será que levou aquele homem a bater daquela forma? Então, disseram depois que a criança tinha roubado um mercado. E continuei ouvindo: "Mas não pode bater na criança desse jeito". Então, será que já não foi uma situação dentre muitas outras de coisas erradas? Será que esse senhor já não estava cansado de passar por aquela situação e a surra foi uma explosão do momento?

Acima relatei apenas algumas coisas para falar sobre o assunto. Na verdade, quando julgamos alguém pela suas atitudes, estamos fazendo como se essa pessoa tivesse tido a nossa própria vida. Estamos falando de alguém que não passou por nada diferente do que nós tenhamos passado, tenha tido a mesma educação, o mesmo pai e mãe, passou a mesma falta de dinheiro e está apenas de camarote analisando a vida do outro.

Pense que na sua casa, onde geralmente tem um pai, uma mãe e vários irmãos e as opiniões sempre divergem. Então, você se depara com uma situação onde realmente se analisarmos vemos que nem dentro de casa, os tratamentos dos pais para os filhos são o mesmo. Não são mesmo!!!! E lá dentro de casa também as atitudes são diferentes das nossas.

Quando vermos uma situação onde não nos sentimos bem, o que temos que fazer é pedir a Deus, não nos deixar passar por aquela situação. E, se passarmos, vamos pedir pra que tenhamos uma melhor atitude sobre o assunto. Usemos o que não gostamos para tentar não chegar àquela situação e não para julgar. Pois quando ouvimos nos noticiários que alguém matou outro, sempre a noticia é do que aconteceu, e nunca da situação na qual a pessoa estava para chegar naquele estado, ou como estava até mesmo a sua saúde mental. E não esqueçamos ainda que o governo também nos faz ter atitudes inesperadas.

A Justiça tem que julgar o crime cometido. Mas quando julga, pode ter certeza que a pena é abrandada, pois ela se vê obrigada a analisar todos os fatos que levaram a pessoa àquela situação. Com Deus é diferente. Ele não julga o crime, mais sim a vida da pessoa como um todo. Pois o final sempre é apenas a conseqüência de toda uma vida. Não julgue, pois Ele está te julgando. Apenas peça à Ele estar presente em toda sua vida. MAS lembre-se de pedir sempre proteção e agradecer o que tem.

Helder Lobo - engenheiro agrônomo

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