Regional

Aprendendo a resolver os problemas com bom humor

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 7 min

O palhaço tem uma forma diferente de enxergar a vida e de resolver seus problemas. A oficina de palhaço é um exercício físico e mental para que a crianças seja mais bem humorada e carregue para a vida adulta um jeito próprio de ser, encare as diferenças de forma bem-humorada e viva melhor.

Para o diretor do Departamento de Cultura e Turismo do município de Pederneiras, Geraldo Antonio Cardoso Junior, a ideia é trabalhar o palhaço que existe dentro de nós. “Com isso pretendemos criar adultos mais alegres que saibam externar a felicidade e fazer feliz as pessoas que vivem ao seu redor. Quem vive a filosofia do palhaço tem mais jogo de cintura para superar obstáculos.”


O palhaço está sempre brincando e mesmo quando se dá mal brinca com a situação, na opinião da coordenadora do projeto, Ana Clara Herrera. “A criança vai aprender como sair de enrascada de maneira cômica. Aprende a lidar com aquele momento.”


O palhaço ensina a respeitar o outro, promove o entrosamento e brinca com as diferenças, comenta a professora Kátia Ferraz. “Cada um tem um jeito de andar. O caminhar do palhaço é diferente e isso é usado para que a criança entenda que cada um tem seu jeito de ser, de andar”.


Todas as características que o palhaço tem, na oficina serão mostrados para a criança. “Ela se diverte. Aprende a usar a esperteza, a velocidade do pensamento para resolver situações. O palhaço dá a volta por cima.”

 

Fazendo máscaras de gesso


A oficina de máscaras é uma oportunidade do participante do projeto aprender a fazer sua própria alegoria tanto para o Carnaval que se aproxima como para representar um personagem ou mesmo para usar na decoração de um ambiente.


As máscaras são heranças da Grécia antiga. No teatro grego os atores representavam usando máscaras e túnicas de acordo com o personagem. Muitas vezes eram montados cenários bem decorados para dar maior realismo à encenação.

Em Pederneiras, a oficina vai abordar um pouco da história das máscaras para que as crianças tenham noção da origem dessa alegoria que no Brasil é bastante usada durante o Carnaval. A professora Kátia Ferraz explica que as crianças vão aprender a confeccionar uma máscara ou meia máscara com massa de gesso. “O aluno vai escolher se quer fazer uma máscara para o Carnaval ou para decoração. Depois que endurecer, eles vão pintar.”


De acordo com ela, no teatro grego as máscaras serviam para mostrar a expressão facial dos personagens. “Na Grécia antiga muitas encenações eram de tragédias. Os atores usavam máscaras com rostos tristes, chorando. Como não existiam mulheres no teatro, quando a peça exigia a presença feminina, os atores usavam máscaras com rostos femininos.”


Com o passar dos anos, a expressão facial e corporal ganharam espaço no teatro e as máscaras ficaram em segundo plano, comenta a professora. “Hoje, ainda se usam máscaras no teatro, mas é no Carnaval que elas aparecem com força total.”



Uma folha de sulfite vira bolsa


A arte de dobrar papéis e transformar uma folha de sulfite em um avião, chapéu ou bolsinha porta-moedas é milenar. Ela trabalha a coordenação motora manual e tanto na China, onde nasceu, como no Brasil, ela exige esforço mental, concentração e paciência.


A oficina de origami, no projeto é voltada para o público infantil e juvenil, mas a técnica ajuda pessoa da terceira idade a fazer funcionar o cérebro, ressalta o professor de origami Estevam Gimenez .


Para ele, o origami é uma arte do dia a dia. “Não adianta aprender a técnica da dobradura e não praticar, porque você esquece. A prática leva a perfeição do trabalho. Cada figura feita com dobradura tem várias maneiras de fazer.”


A técnica milenar chinesa reúne várias histórias de sua origem. “São várias histórias e uma não tem nada a ver com a outra. Uma delas é de guerreiros que utilizavam os origamis. Atualmente são usadas na decoração como móbiles e embalagens.”


O origami, segundo Gimenez, além de ser um trabalho manual para as crianças é um grande aliado para os idosos que sofrem com a doença do Alzheimer. “Especialmente aquelas que estão com a doença no início. Elas passam a usar mais a concentração. É um  trabalho  manual como o crochê, bordados.”


Na oficina, serão ensinadas as dobraduras básicas, explica o professor. “As técnicas do origami são variáveis. Começamos com as dobraduras básicas. A  base do chapéu, por exemplo, gera o  barquinho e o balão.”


As dobraduras são fáceis, na opinião de Gimenez, porém evoluem. “Cada pessoa tem seu tempo de evolução. A mesma dobradura pode ser feita cinco, dez vezes da mesma maneira ou de maneira diferente, até que ela consiga. Outras crianças em duas vezes conseguem fazer, cada um tem uma habilidade. A oficina é mais individual, eu passo uma dobradura para todo mundo, aqueles que já vão pegando o jeito, já vou ensinando outras formas de fazer.”

 

Concentração é o forte do malabares


O malabares é um instrumento acrobático usado nas mãos para um verdadeiro ‘balé de fitas’. Confeccionado com cordas e fitas, ele desenvolve o pensamento, o respeito, o equilíbrio e especialmente a concentração, explica a professora Kátia Ferraz.


Para ela, a prática do malabares desenvolve muito a criança a determinar um foco e buscar concentração, a fim de evitar erros nos movimentos. “A oficina de circo é uma oportunidade para o aluno desenvolver várias habilidades. O malabares exige muita atenção.”


A professora frisa que para dar o movimento nas fitas, a pessoa tem que observar o espaço ao seu redor para não atingir o outro. “Há uma percepção maior do espaço. O respeito com o outro também fica em evidência.”

 

Aula de mangá desenvolve criatividade


O projeto “Fazendo Arte nas Férias” pretende colocar o público-alvo para criar através do desenho. O mangá é uma técnica de desenho oriental que transforma a anatomia humana. “Vamos ensinar a criança transformar uma foto de um humano  em desenho oriental. A parte de criação e elaboração de um personagem. A intenção é que cada um trabalhe um personagem”, ressalta o professor Toni Souza.


Com o desenho oriental é possível criar histórias em quadrinhos. “O mangá surgiu  da necessidade de transformar a arte visual para a sociedade nipônica. Os personagens foram criados do olho grande, porque eles não conseguiam se expressar pelo traço simples. Eles aumentavam o olho para poder  colocar expressão  nos rostos.”


Na terra do sol nascente, onde surgiu a técnica, as histórias em quadrinhos são direcionadas, lembra o professor. “São histórias voltadas para crianças, adolescentes e adultos. Tem mangá até para idosos, cada um com uma abordagem.”


No Brasil as histórias em quadrinhos de mangá ganham espaço, segundo o professor. “Os quadrinhos relatam o cotidiano, a sociedade. Tem muitos brasileiros trabalhando com o mangá.”


Na oficina, enfatiza o professor, é ensinada a arte sequencial para montar a história. “Eles  desenvolvem uma história na cabeça deles e passam para o desenho. A oficina é curta, mas prepara os alunos para o curso anual ‘Andar e Voar’, que tem duração de oito meses.”

 

Acesso ao mundo da imaginação


A oficina de contação de histórias é um verdadeiro resgate a uma prática muito usada antigamente, quando os pais costumavam sentar com os filhos para contar histórias, frisa Pamplona.


“A ideia é fazer com que as crianças ao ouvirem as histórias criem em suas mentes imagens, personagens, sonhos. Atualmente, as novas tecnologias ‘engoliram’ a prática da contação de histórias. As crianças costumam ‘viajar’ pelas redes sociais e assistem muito a televisão. Nós queremos resgatar a inocência. Além de contar histórias, vou propor que eles criem as suas.”


Além da contação de histórias, o professor pretende desenvolver uma performance cênica, promover um relaxamento a fim de que o público entre no clima. “Eles vão escrever uma  história e depois vão ler no grupo para que tenha a troca de ideias.”


Ele frisa que atividades muito paradas não atraem o público. “Eu tenho que ler a história e fazer uma encenação teatral. Se eu ficar só na leitura eles não prestam atenção. Uso fundo musical para dar vida as histórias.”

 

O pássaro da paz


O Tsuru, que é o passarinho de origami mais famoso do mundo, tem várias formas de ser feito. “Ele tem várias formas de ser feito, não é difícil. É um dos últimos a serem ensinados. Ele significa paz e é usado para dar boas-vindas.”


Na oficina, as crianças vão aprender a fazer uma bolsinha com duas divisões que podem ser usadas como porta-moeda. “Cada dobra é importante, se fizer muitas ele vai ficar muito marcado. Eu tento sair um pouco do tradicional que é o barquinho, para tornar a atividade mais atrativa. A bolsinha está pronta em poucos minutos.  Eu já cheguei fazer de jornal e envernizei e ficou muito bacana.”

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