Tribuna do Leitor

Reativo ou proativo?


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Há uma grande diferença entre uma pessoa proativa e uma reativa. A proativa prevê os problemas e antecipa soluções. Realiza um planejamento e o executa para que não seja surpreendido por algum imprevisto. Normalmente, o proativo sempre se sai bem em suas tarefas ou empreitadas. Contudo, diametralmente oposto ao proativo, temos a pessoa reativa. Sujeito que reage, que é sempre acometido pelos imprevistos e em todas as situações, ele não obtém bons resultados, pois está sempre reagindo e atuando de forma paliativa ou corretiva diante das adversidades, problemas ou questões que precisam ser resolvidas. Tenho a impressão de que algumas pessoas nas secretarias do município tenham o perfil reativo, pois diante dos problemas eles pensam: vai dar problema? Então precisamos reagir.

Dessa forma, estas pessoas vão levando seus cargos, bem como aqueles que os colocaram, para o brejo, para o buraco ou para o beleléu, pois não são capazes de planejar ações e tampouco de anteciparem soluções práticas. No início dessa semana, a reportagem da TV Câmara de Bauru foi até o Octávio Rasi, atendendo a vários pedidos de moradores e cidadãos descontentes com o descaso com que são tratadas as praças do bairro. Antes que a equipe lá chegasse, como que fazendo uma sondagem, depois de muitos meses de total ausência, apareceu um tratorzinho lançando mata-mato nas bordas dos canteiros, ação nítida de uma gestão reativa.

Após a exibição da matéria na sessão ordinária da segunda-feira, a reação aconteceu no dia seguinte, ou seja, outro trator apareceu no bairro, roçou a grama e sumiu. Hoje, sexta-feira, o mato cortado está na praça, emporcalhando o caminho, nenhum servidor apareceu para remover o lixo gerado pela ação reativa de corte emergencial de grama e o problema só mudou de proporção, os galhos secos de árvores cortadas em ocasiões anteriores virarão lenha para as festas juninas, pois continuam lá, inertes e sem reação, pois são inanimados. Acho estranho, pois a ciclovia continua com o mato alto e a cancela para impedir que motocicletas trafeguem por lá ainda não foi providenciada, apesar de ter sido prometido há mais de um ano ou quase isso.

Quando ocorreu a instalação da academia ao ar livre, a grande preocupação dos secretários era a depredação do patrimônio público, fato que não ocorreu e cujos aparelhos encontram-se em bom estado de conservação e em pleno uso pelos moradores, mas que não eram vistos pelo mato alto que encobria a visão dos m esmos, situação bem diferente da projetada pelos "entendidos". Será que as praças da Getúlio, das Nações Unidas e de bairros nobres levam tanto tempo para terem a manutenção realizada? Será que a visita prevista para Octávio Rasi estava agendada para os meses de agosto e setembro, véspera das eleições municipais? Ou será que as autoridades estão esperando que a população capine novamente as praças como já fez em outra ocasião? Qual perfil será que os leitores dessa coluna preferem? Reativo ou proativo?

Boa questão para nos ocuparmos para as próximas eleições. Apesar de entender muitos dos problemas que uma cidade do porte de Bauru possui, situações básicas e alertadas há muitos meses atrás não deveriam ser tratadas com tanta reatividade e tão pouca proatividade, afinal, falta de planejamento deveria ser uma marca na cidade toda e não somente nos bairros mais afastados do centro e com tantas praças e áreas verdes como é o nosso. Só lamento, pois cada cidade tem os governantes que merece.

Ubiratan Cássio Sanches - morador do Bairro Octávio Rasi

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